publicado dia 6 de fevereiro de 2023
Pé de Ouvido: projeto em Jundiaí (SP) compartilha histórias infantis com ajuda da tecnologia
Reportagem: André Nicolau
publicado dia 6 de fevereiro de 2023
Reportagem: André Nicolau
Como incentivar a literatura infantil e a contação de histórias para crianças nos espaços públicos da cidade? Em Jundiaí (SP), o projeto Pé de Ouvido se apropria da tecnologia das novas ferramentas de comunicação – como o leitor de QR Code presente nos celulares – para promover o acesso à literatura e cultura na infância.
Nascida durante a fase mais aguda da pandemia, a iniciativa espalhou 20 totens em diferentes locais da cidade, como equipamentos culturais e terminais de ônibus. Ao direcionar a câmera do celular para o QR Code, é possível ouvir dez histórias. Narradas por artistas e grupos teatrais da cidade, os textos reúnem fábulas e outras histórias infantis.
Os totens do Pé de Ouvido estão espalhados em diferentes locais de Jundiaí, como o Paço Municipal, os jardins do Museu Histórico e Cultural – Solar do Barão e nos terminais municipais de ônibus.
A proposta, de acordo com o gestor ligado à Secretaria de Cultura do município paulista, Marcelo Peroni, é ampliar o repertório de contação de histórias e resgatar narrativas tradicionais.
“Nossa proposta é resgatar isso de maneira que atinja o maior número de pessoas possível. Além disso, estávamos numa fase complexa de pandemia, precisando dar empregabilidade para os artistas locais, então juntamos as duas coisas, estimulando o incentivo à literatura”, explica Peroni.
Localizada a 50 quilômetros da capital e com uma população de 400 mil habitantes, Jundiaí é signatária de duas associações internacionais especializadas na infância: a Rede Mundial de Cidade das Crianças e a Urban 95, iniciativa internacional da Fundação Bernard van Leer.
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Assim, desde 2018, secretarias e unidades de gestão cultural implementam projetos de escuta das crianças em diversos espaços públicos do município paulista.
“Entendemos que a única maneira de quebrar vínculos de pobreza e reduzir desigualdades sociais é oferecendo vários estímulos, em especial na primeira infância. É nossa obrigação enquanto poder público colocar no maior número de espaços disponíveis o acesso à cultura, literatura e provocar as pessoas nesse sentido”, reflete o gestor.
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O projeto, que está na primeira fase, prevê a ampliação para 40 novos totens até março, além de gravação de novas histórias e a criação de uma playlist disponibilizada na plataforma Spotify.
Para Marcelo Peroni, trata-se de uma iniciativa de baixo custo e fácil replicação por outras cidades. “O formato atende às demandas da cidade, além da considerável facilidade de acesso ao QR Code nos celulares”, avalia.