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publicado dia 24 de janeiro de 2023

Mala dos Saberes Deslocados: projeto compartilha livros infantojuvenis sobre refugiados

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Um levantamento divulgado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) apontou em junho de 2022 que o número de pessoas forçadas a deixar os seus países por conta de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguições ultrapassou atingiu a marca de 100 milhões. Os impactos do deslocamento forçado e da crise migratória são complexos, mas a literatura pode ser uma ferramenta potente para aproximar as crianças e os adolescentes desse universo.

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Organizado pela ACNUR, o projeto itinerante “Mala dos Saberes Deslocados” reúne 15 livros infantojuvenis sobre refugiados e um material de apoio pedagógico para educadores que contou com o apoio do Jornal Joca e da iniciativa I Know My Rights (IKMR).

Disponível no Museu da Imigração, em São Paulo (SP), até 29 de janeiro, o pacote literário pode ser solicitado por escolas e instituições de ensino diretamente à ACNUR por meio do e-mail: [email protected]

Refugiados
ACNUR (Divulgação)

Atualmente, estão no Brasil cerca de 60 mil pessoas reconhecidas como refugiadas. Do total de pedidos de refúgio realizados em 2021, 50% referiam-se a crianças e adolescentes com idades entre 5 e 14 anos. Entre as nacionalidades com o maior número de refugiados no país estão a venezuelana (48.789), seguida de síria (3.682) e congolesa (1.078).

Para Miguel Pachioni, da ACNUR, a ideia é criar – a partir da literatura – um trabalho educativo de longo prazo, propositivo, acolhedor e capaz de combater discriminações. “Precisamos ser solidários com as crianças refugiadas. Uma vez que a mala esteja circulando, é preciso sensibilização e compreensão sobre a temática dos refugiados”, afirma. 

Ao refletir sobre a importância de abordar a questão do exílio ainda na infância, o especialista destaca que o projeto ‘Mala dos Saberes Deslocados’ busca apoiar a construção de uma sociedade mais respeitosa, aberta ao diálogo e à compreensão das diferenças. 

“A gente joga na terra uma semente, semeia para que seja uma formação contínua. E com olhar específico para a infância, pensa a longo prazo sobre a formação desses cidadãos por meio do acesso a essas obras. É na diferença que a gente reconhece o potencial de avançarmos enquanto sociedade.”  

Dentro da mala, é possível encontrar desde clássicos, como o poema A cruzada das crianças, de Bertolt Brecht, que conta a história do deslocamento forçado de crianças durante a Segunda Guerra Mundial, até obras contemporâneas, como Valentes: histórias de pessoas refugiadas no Brasil, que reúne as trajetórias de vida de refugiados com diferentes origens. Confira a lista completa dos livros abaixo:

Editora Brinque-Book

  • Mustafá, de Marie-Louise Gay (autora)

Editora Caixote

  • Amal e a viagem mais importante de sua vida, de Carolina Montenegro (autora) e Renato Moriconi (ilustrador)

Editora do Brasil

  • Ilegais, de Luiz Antonio Aguiar (autor)
  • Layla, a menina síria, de Cassiana Pizaia, Rima Awada Zahra e Rosi Vilas Boas (autoras)
  • O Haiti de Jean, de Cassiana Pizaia, Rima Awada Zahra e Rosi Vilas Boas (autoras)
  • O sonho de Youssef, de Isabella Paglia (autora)
  • Origens, de Alexandre de Castro Gomes, André Kondo, Eliane Potiguara, Luis Eduardo Matta e Sonia Rosa (autores)
  • Todo Mundo Junto, de Telma Guimarães (autora) e Evandro Marenda (ilustrador)

Editora Pulo do Gato

  • A cruzada das crianças, de Bertolt Brecht (autor) e Carme Solé Vendrell (ilustradora)
  • Dois meninos de Kakuma, de Marie Ange Bordas (autora)
  • Eloisa e os Bichos, de Jairo Buitrago (autor) e Rafael Yockteng (ilustrador)
  • Para onde vamos, de Jairo Buitrago (autor) e Rafael Yockteng (ilustrador)
  • Um outro país para Azzi, de Sarah Garland (autora e ilustradora)

Editora Companhia das Letras

  • Valentes, histórias de pessoas refugiadas no Brasil, de Aryane Cararo e Duda Porto de Souza (autoras)

Editora Companhia das Letrinhas

  • Barco de Histórias, de Kyo Maclear (autor) e Rashin Kheiriyeh (ilustrador)

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