Perfil no Facebook Perfil no Instagram Perfil no Youtube

publicado dia 27 de janeiro de 2023

Conheça 3 lugares de memória e lembrança do Holocausto no Brasil

Reportagem:

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória do Holocausto. A data marcou a liberação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, um dos principais símbolos da política de ódio e extermínio nazista, que sistematicamente perseguiu, excluiu e vitimou ao menos seis milhões de judeus da Alemanha e da Europa ocupada entre 1933 e 1945. O genocídio ficou conhecido como Holocausto ou Shoá, palavra hebraica que significa “catástrofe”.   

Leia+ 5 exposições para ampliar o olhar sobre os povos indígenas brasileiros

Na cerimônia em memória à data, o  secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo reconhece as ameaças à liberdade, à dignidade e à humanidade, inclusive no tempo atual. Guterres pediu, em discurso, que o genocídio nunca seja esquecido e nem se permita que outros esqueçam, distorçam ou neguem o Holocausto e suas vítimas.  

Espaços de memória, como museus, são especialmente relevantes neste contexto. No Brasil, lugares como o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto em São Paulo (SP), o recém-inaugurado Memorial do Holocausto no Rio de Janeiro (RJ) e o Museu do Holocausto de Curitiba (PR) cumprem um importante trabalho de memória e ensino sobre o episódio no contexto brasileiro. 

Educação como vacina para o ódio 

Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, primeiro espaço cultural dedicado ao tema no Brasil, explica que a união dos eixos Educação, Memória e Pesquisa é fundamental para estabelecer uma conexão constante entre o passado, presente e o futuro.  

“A Educação é a nossa vacina contra o ódio. Nunca foi tão importante estudar sobre o Holocausto quanto nos dias de hoje, e a questão vai além do antissemitismo. Quando falamos “nunca mais”, estamos renovando um pacto coletivo de que vamos identificar os sinais e lutar contra toda e qualquer forma de ódio, intolerância e discriminação, contra qualquer grupo e em qualquer parte do mundo”, explica Reiss. 

Leia + Museu das Favelas: memória, potência e reparação 

Responsável pela concepção pedagógica do espaço, ele enfatiza que tanto a escola quanto o museu são terrenos férteis para esse exercício de análise crítica da História. “Como fazemos esse trabalho? Personificando, gerando empatia e desenvolvendo alteridade contando histórias individuais. Não é possível colocar o sofrimento em números, eles são frios, mas as histórias pessoais não. Elas são a porta de entrada para Educação sobre o Holocausto no século XXI”, afirma Reiss, destacando a importância dos educadores se apropriarem do tema, notando a sua importância e transdisciplinaridade. 

Entre as propostas educativas adotadas pelo museu em Curitiba, o Departamento Pedagógico fomenta a utilização do espaço para a discussão e trabalho sobre o Holocausto por meio da mediação educativa. Nela, o visitante não é um mero receptor de informações. “A mediação precisa estimular o debate, a troca de conhecimento, a reflexão e a busca pelos paralelos e pelas analogias dos dias de hoje.”

“O foco na vida (e não na morte), a personificação das vítimas, os perigos da intolerância, a transmissão de valores universais… tudo isso é fundamental em qualquer ensino sobre o Holocausto.” 

Conheça, a seguir, mais sobre os espaços de memória do Holocausto no Brasil:

Museu do Holocausto de Curitiba (PR)

Primeira instituição de memória do Holocausto no Brasil, o museu foi inaugurado em 2011. No acervo, há depoimentos de sobreviventes do Holocausto, além de instalações artísticas relacionadas ao tema. Há três espaços introdutórios: “Área externa”, com obras de artistas plásticos,  “Vida plena judaica”, com fotos e cenas da vida cotidiana antes do nazismo  e “Ruptura”, com instalação cenográfica e vídeos mostrando os deslocamentos forçados para os guetos e para os campos de concentração e extermínio.  

As visitas ao Museu do Holocausto de Curitiba são gratuitas e devem ser agendadas previamente. 

Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto em São Paulo (SP) 

O memorial foi criado em 2017 e localiza-se no bairro paulistano do Bom Retiro, cuja história é marcada pela imigração judaica. Com acervo interativo e audiovisual, o espaço trabalha a memória e a reflexão sobre o Holocausto por meio de fotos, vídeos, objetos de época e instalações.

Memorial do Holocausto no Rio de Janeiro (RJ) 

Recém-inaugurado em 2023 no bairro de Botafogo, o Memorial do Holocausto no Rio de Janeiro conta com uma área externa com um monumento de 20 metros de altura. Na base, foi inscrita a frase “Não matarás”. Além de uma área expositiva que mostra, com o apoio de imagens da época, o antes, durante e depois da ação nazista, há também uma seção interativa com histórias de sobreviventes do Holocausto e de refugiados que passaram ou viveram no Brasil. 

 

“Ocupar um palácio, acima de tudo, é um momento de reparação histórica”, ressalta porta-voz do Museu das Favelas

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.