Liberdade-África-Japão é o novo nome da Praça da Liberdade, localizada no bairro homônimo de São Paulo (SP). A mudança busca resgatar o passado negro do bairro da Liberdade, hoje mais associado com a imigração japonesa.

É a segunda vez em 5 anos que o espaço público – antes chamado Largo da Forca – tem o nome alterado. A primeira ocorreu em 2018, quando a então Praça da Liberdade passou a se chamar Praça Japão-Liberdade.

Leia + Caminhada São Paulo Negra resgata memória da diáspora africana 

Na época, a troca foi criticada por ocultar a história e a memória da população negra na região, bem anterior à ocupação japonesa, datada da primeira metade do século 20. Além de marcos de memória, o local também abriga sítios arqueológicos associados à diáspora africana e à história negra de São Paulo.

“O batismo daquele espaço como referência à imigração japonesa, embora seja uma homenagem justa para essa população, foi injusto ao ignorar parte importante da história que é presença do negro escravizado na cidade, cujas marcas foram cravadas no bairro, onde funcionou, por exemplo, o Largo da Forca, exatamente na Praça Japão-Liberdade”, afirma a justificativa do Projeto de Lei 23/2020, proposta pelo então vereador Paulo Reis (PT) e de co-autoria da vereadora Luana Alves (PSOL).

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Luana Alves (@luanapsol)

“No Largo da Forca, como o nome já revela, morriam os negros escravizados acusados de crimes e condenados à morte por enforcamento público. Esse método foi desativado em meados do século XIX”, explica o texto, que também nomeia outros pontos de memória negra do bairro, como o Cemitério e Capela dos Aflitos.

Aprovada pela Câmara dos Vereadores da capital no final de maio, a mudança para Liberdade-África-Japão foi oficializada pela prefeitura em 1º de junho.