publicado dia 2 de dezembro de 2024
Encontro joga luz em desafios e oportunidades para os territórios educativos no Brasil
Reportagem: Nataly Simões | Edição: Tory Helena
publicado dia 2 de dezembro de 2024
Reportagem: Nataly Simões | Edição: Tory Helena
🗒️Resumo: Oficina de cocriação do Programa Educação e Território reuniu especialistas, educadores e organizações para debater os principais desafios e oportunidades na promoção de territórios educativos no Brasil.
O que precisa estar em primeiro plano para cultivar territórios educativos? Quais os principais desafios encontrados em diferentes localidades? Como fortalecer coletivamente a agenda no Brasil?
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O que são territórios educativos
Território EducativoTerritório Educativo é aquele que reconhece, promove e exerce um papel educador na vida de indivíduos e comunidades, assumindo como desafio permanente a formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos.
O contexto, a construção e avanço dos territórios educativos no Brasil foram focos da oficina de cocriação do Programa Educação e Território, organizado pela Cidade Escola Aprendiz.
O encontro aconteceu em São Paulo (SP), na sede do Instituto Pólis, e envolveu o Conselho Consultivo do programa, que foi instituído esse ano e envolve representantes de organizações da sociedade civil e pesquisadores, além de educadores sociais, comunitários e ambientais.
Além de diálogos entre participantes de diferentes áreas e territórios, a oficina levantou desafios e prioridades sobre o tema, divididos em quatro eixos temáticos.
A análise coletiva de conjuntura focalizou os temas da Educação Ambiental e Justiça Climática, Educação Antirracista e enfrentamento ao racismo nos territórios, Juventudes e Desenvolvimento Territorial e Comunitário.
Programa Educação e Território
O Programa Educação e Território objetiva apoiar a constituição de territórios educativos e colaborar para o desenvolvimento integral, em especial, crianças, adolescentes e jovens. Para isso, desenvolve processos formativos com agentes públicos, organizações sociais, culturais e comunitárias que buscam ampliar sua atuação educativa, intersetorial e em rede nos territórios.
Ao lado do antirracismo, a Justiça Climática foi entendida como central para a atuação nos territórios educativos. Em especial, diante do enfrentamento da crise climática em curso, responsável por eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul no início do ano e a seca na Amazônia.
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A linguagem técnica usada na comunicação da temática ambiental foi apontada como desafio, além da falta de visibilidade da agenda em outras áreas e da pouca oportunidade de participação de crianças e jovens na discussão. Já o racismo ambiental e a resistência a entender a crise climática como uma realidade que atinge de forma mais aguda as populações pobres, negras e periféricas, além das comunidades tradicionais e povos originários, foram entendidos como obstáculos.
O racismo é estrutural na sociedade brasileira, da qual a população negra é maioria. Entre os desafios para o enfrentamento ao racismo, foram apontados a falta de letramento racial e a naturalização do racismo nos territórios.
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Também foram reconhecidas as dificuldades de financiamento para iniciativas com este foco e a falta de reconhecimento dos saberes, culturas e cosmovisões das populações tradicionais, indígenas e afro-brasileiras para se pensar o presente e o futuro do país.
Juventudes no Brasil
No caso das juventudes, buscou-se entender com quem os adolescentes e jovens brasileiros se conectam, quais as suas aspirações e quais oportunidades para o grupo podem ser ampliadas com a constituição de territórios educativos.
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Ao mesmo tempo, foram destacadas a importância de políticas públicas para garantir a participação e escuta, além de discussões sobre o acesso das juventudes à Educação, trabalho e renda.
Entender as especificidades locais e valorizar as práticas e saberes das comunidades foram sinalizadas como chave para pensar o desenvolvimento de projetos e ações no âmbito dos territórios educativos.
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A discussão também colocou em primeiro plano a participação e escuta comunitária, além da demanda por fortalecimento dos espaços de ação democrática.
Próximos passos
Agora, a expectativa é consolidar as reflexões em uma carta de princípios, que será elaborada coletivamente.