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publicado dia 23 de janeiro de 2024

Racismo ambiental

Publicado dia 23 de janeiro de 2024

Racismo ambiental

O racismo ambiental, termo que vêm se tornando cada vez mais conhecido, é empregado para se referir a um problema antigo: os efeitos negativos da degradação ambiental, que atingem de forma desproporcional populações marginalizadas da cidades em diferentes lugares do mundo, bem como a dificuldade de acesso a recursos naturais e infraestrutura para garantir melhores condições de vida. 

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A expressão foi criada na década de 1980, nos Estados Unidos, pelo químico e reverendo Dr. Benjamin Franklin Chavis Jr, líder do movimento pelos direitos civis da população afro-americana, vencedor do Prêmio Nobel da Paz por sua atuação no combate ao racismo.

O conceito de racismo ambiental surgiu em meio a manifestações contra depósitos de resíduos tóxicos no candado de Warren, na Carolina do Norte, onde a maioria dos moradores eram negros. Um relatório da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, divulgado em 1983, revelou que nos oito estados do sul do país, três em cada quatro dos depósitos de rejeitos foram concentrados em bairros com população majoritariamente negra, apesar de o grupo representar apenas 20% dos habitantes da região na época.

Ao longo dos anos, o conceito de racismo ambiental se ampliou e passou a ter maior ligação com as injustiças ambientais ocorridas em diferentes países e que impactam principalmente grupos em situação de vulnerabilidade social, como a própria população negra, moradores de periferias e comunidades tradicionais como indígenas.

Racismo ambiental no Brasil

Nas cidades brasileiras, o racismo ambiental se manifesta sobretudo no cotidiano da população que vive nas favelas, onde historicamente a maioria dos moradores é negra, por meio de enchentes e deslizamentos decorrentes da falta de planejamento em infraestrutura e escassez de políticas públicas.

Em São Paulo (SP), por exemplo, os bairros periféricos concentram mais pessoas negras que os bairros centrais. O Mapa da Desigualdade, elaborado pela Rede Nossa São Paulo, mostra que 37,1% da população paulistana se autodeclara como preta ou parda. A proporção sobe para 60,1% no Jardim Ângela, distrito na periferia da zona sul com o maior percentual de pessoas negras do município, e contrasta com Moema, bairro rico também na zona sul, com 5,8% da população assim autodeclarada.

As comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas também são atingidas pelo racismo ambiental. Os territórios, onde vivem essas populações muitas vezes são áreas ecológicas, como florestas e reservas naturais, e constantemente são alvo de desmatamento e conflitos que resultam em violência e assassinatos.

De acordo com o governo federal, as comunidades indígenas, porém, são as que mais colaboram com a preservação do meio ambiente. Um levantamento feito pela organização MapBiomas identificou que, entre 1985 e 2020, as áreas mais preservadas do país foram as terras indígenas – tanto as já demarcadas quanto as que ainda esperam por demarcação.

Referências:

Mapa da Desigualdade – Rede Nossa São Paulo

O que é racismo e como ele impacta a vida dos brasileiros – GIFE

Racismo Ambiental – Governo Federal

Racismo Institucional e Racismo Ambiental no Brasil – Universidade Federal Fluminense

Racismo Ambiental: as consequências da desigualdade socioambiental para as comunidades marginalizadas – CEE Fiocruz

Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil Instituto de Referência Negra Peregum 

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