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publicado dia 22 de maio de 2024

5 museus comunitários e ecomuseus para visitar 

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Resumo: Você já visitou museus comunitários ou ecomuseus?  Exemplos de  territórios educativos, os espaços se destacam pela articulação com o coletivo e com os acervos e saberes culturais presentes nas comunidades. Saiba mais e conheça exemplos de museus comunitários e ecomuseus brasileiros.  

Visitar um museu é uma atividade que por muito tempo esteve restrita às camadas mais ricas das populações. Uma pesquisa do Instituto Oi Futuro e da consultoria Consumoteca apontou que 82% dos frequentadores de museus no Brasil integram as classes A ou B. Apesar disso, esses espaços culturais e de memória são potentes para a formação de todos, independente da classe social. 

Nascidos na América Latina, os museus comunitários e ecomuseus se destacam pela proposta de colocar o território e as comunidades em primeiro plano. 

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“Na museologia tradicional, existe uma valorização maior do objeto em exposição, que passou por um processo de patrimonialização elitizado. Já na museologia comunitária, há a valorização do patrimônio cultural. Não é o museu o ambiente sacralizado, é o território. Não é o público, é a comunidade”, explica Nadia Almeida, coordenadora do Ecomuseu de Maranguape (CE) e diretora executiva da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC).

O que são museus comunitários e ecomuseus 

Museus comunitários são espaços de memória criados e mantidos a partir da atuação de associações comunitárias, escolas públicas, coletivos culturais e a sociedade civil.

De acordo com Nadia, ecomuseu é um termo dentro do campo do museu comunitário e possui diferentes concepções. O conceito foi utilizado publicamente pela primeira vez na França, em 1970, no âmbito do Conselho Internacional de Museus (ICOM).

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“Não há uma definição fechada e sim uma concepção museológica em que o patrimônio cultural é a expressão da comunidade com o território. Durante a crise da industrialização francesa, por exemplo, os bairros industriais viram na questão do patrimônio cultural um local apropriado pela comunidade como uma forma de resistência da identidade”, descreve a diretora executiva.

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No Brasil, a concepção de museus comunitários e ecomuseus ganhou força durante a Conferência Eco-92, com a criação do Ecomuseu Comunitário de Santa Cruz, um dos primeiros do país.  Atualmente, existem diferentes museus comunitários e ecomuseus localizados em diferentes regiões do país. 

Conheça, a seguir, cinco exemplos de museus comunitários e ecomuseus brasileiros: 

Ecomuseu de Maranguape (CE)

Museus comunitários e ecomuseus são, em essência, territórios educativos, articulados com o coletivo e com os acervos e saberes culturais presentes nas comunidades. Saiba mais sobre o tema e conheça cinco exemplos de museus comunitários e ecomuseus brasileiros.  
Ecomuseu de Maranguape (CE): foco na formação das juventudes da região.

Primeiro ecomuseu da história do Ceará, o Ecomuseu de Maranguape foi inaugurado em 2006 e é conhecido por suas ações no campo da Educação, Cultura e Meio Ambiente. Entre os destaques do espaço, estão o acervo com artefatos históricos e a formação realizada com jovens na região. 

Sediado em um antigo casarão colonial, tombado como patrimônio cultural do município, a instituição é fruto dos esforços da ONG Fundação do Trabalho Educacional Com Recursos Renováveis e Arte (Fundação Terra), da Escola Municipal José de Moura e de outros atores da comunidade.

Onde: Maranguape (CE)
Saiba mais: Instagram: @ecomuseudemaranguape 

“Começamos nossa história com a captação de recursos de uma série de editais para desenvolver projetos juntos com a escola. O que perdura até hoje é a formação de agentes jovens do patrimônio cultural. Desde 2006, a cada três anos renovamos a turma de agentes”, conta a coordenadora Nádia Almeida.

As atividades do museu estão ligadas ao cotidiano da comunidade, por isso o que as pessoas encontram no espaço depende da época do ano em que a visita é feita. O Ecomuseu de Maranguape realiza oficinas de patrimônio cultural, artesanato, permacultura, além de festejos locais.

A coordenadora do ecomuseu cita uma frase do educador e filósofo Paulo Freire para exemplificar o impacto do espaço na formação intelectual dos jovens de Maranguape.

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, como disse Paulo Freire. Tentamos dar a eles a leitura mais crítica possível. A visão de mundo deles é mais apurada do que a gente pode esperar de alunos que saem de uma escola pública, rural e com todos os indicadores sociais que possam levá-los para um lado contrário. Nós temos jovens com maior capacidade de inserção no mercado de trabalho e desenvolvimento acadêmico do que outras comunidades. Nosso desafio é fazer com que eles, em algum momento, devolvam isso para a comunidade”, explica Nadia. 

Ecomuseu de Santa Cruz (RJ)

Museus comunitários e ecomuseus são, em essência, territórios educativos, articulados com o coletivo e com os acervos e saberes culturais presentes nas comunidades. Saiba mais sobre o tema e conheça cinco exemplos de museus comunitários e ecomuseus brasileiros.  
Ecomuseu de Santa Cruz: espaço foi inaugurado na década de 1990, na esteira das discussões ambientais da Rio 92.

Pioneiro no Brasil, o Ecomuseu de Santa Cruz está localizado no Rio de Janeiro (RJ) e é voltado à valorização, preservação, pesquisa, documentação e comunicação do patrimônio do bairro de Santa Cruz. O foco é desenvolver atividades capazes de promover o fortalecimento do relacionamento da comunidade com o patrimônio local. 

Onde: Rua do Matadouro, 43, Santa Cruz, Rio de Janeiro (RJ)
Saiba mais: Site oficial.

O equipamento cultural foi inaugurado em 1995, com a sanção da Lei Municipal 2.354, e foi resultado da 2ª Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92. O objetivo era criar um espaço para fomentar o legado das discussões e decisões dos cariocas acerca do meio ambiente e da sustentabilidade.

Após pesquisas e atividades com a população de diferentes localidades, o bairro que mais se destacou para sediar o ecomuseu foi Santa Cruz. Na época, o local já desenvolvia ações com a participação da comunidade relacionadas à preservação do patrimônio local. Até hoje, o espaço dedica-se a iniciativas focadas na valorização do território, com uma programação de exposições itinerantes.

Ecomuseu da Amazônia (PA)

Ecomuseu da Amazônia, no Pará
Sediado em Belém (PA), Ecomuseu da Amazônia foi criado em 2005.

Inspirado em experiências internacionais, o Ecomuseu da Amazônia foi criado em 2005 pela professora Laís Fontoura Aderne, da Universidade Brasília (UnB), que atuava como consultora da Secretaria Municipal de Educação de Belém (PA).

Onde: Rua Manoel Barata, 1974, São João do Outeiro, Belém (PA)
Saiba mais: Site oficial 

A dinâmica do ecomuseu tem como pilares a Cultura, a cidadania, o turismo e o Meio Ambiente. Tudo isso norteia as ações junto à comunidade. Entre as principais iniciativas culturais estão roteiros patrimoniais desenvolvidos em conjunto com os moradores das ilhas de Caratateua, Cotijuba, Jutuba e Paquetá. O equipamento também realiza oficinas de cerâmica e de manifestações culturais como dança, música e artesanato.

Ecomuseu Morro da Queimada (MG)

Localizado na histórica cidade de Ouro Preto (MG), o Ecomuseu Morro da Queimada é um sítio arqueológico que abriga construções datadas dos séculos 18 e 19. A história do equipamento cultural se mistura com a da mineração no Brasil dada a técnica de extração a talho aberto que fez parte da primeira geração de mineradores no estado e introduziu os serviços de mina que transformaram a Serra de Ouro Preto. 

Onde: Morro São Sebastião, S/N, Ouro Preto (MG)
Saiba mais: Site oficial 

Hoje, o ecomuseu é um espaço de memória do primeiro grande assentamento urbano, constituído por terrenos minerais e capelas, e oferece aos visitantes uma vista panorâmica do centro histórico do município. O espaço é utilizado pelos moradores para a prática de caminhadas, corridas, ciclismo e demais atividades ao ar livre.

O parque arqueológico é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e  conta, desde 2008, com o apoio de entidades ligadas à proteção do patrimônio.

Ecomuseu Campos de São José (SP)

O Ecomuseu Campos de São José, localizado em São José dos Campos (SP), é um espaço de valorização do patrimônio cultural do interior paulista e de exercício da cidadania, com ampla participação da comunidade. Um dos pontos fortes do ecomuseu é a Educação Ambiental, que atrai visitas de turmas escolares.

Onde: Alameda Harvey C. Weeks, 203, Vista Verde, São José dos Campos  (SP)
Saiba mais: Instagram @ecomuseucsj

Criado em 2015, o equipamento cultural teve em seus primeiros cinco anos de atuação ações focadas nos bairros Jardim Diamante, Jardim Americano e Campos de São José, vizinhos à Refinaria Henrique Lage (Revap), para incentivar uma nova perspectiva dos moradores acerca do território onde vivem. 

Esse trabalho potencializou a população para a tomada de consciência de seu papel na comunidade e no desenvolvimento territorial e para enfrentar coletivamente os problemas da região.

No ecomuseu, a população protagoniza junto a instituições escolares atividades culturais e ecológicas como rodas de artesanato e cantoria e  pesquisa de campo, plantio e cuidado de árvores nativas e hortas comunitárias.

Ecomuseu Serra do Rastro (SC)

Dedicado à preservação histórica, cultural e ambiental, o Ecomuseu Serra do Rio do Rastro fica em Lauro Müller (SC).

Localizado a 1.400 metros de altitude, o território é composto por vales que demarcam os limites entre o planalto serrano e a planície costeira da serra catarinense. Os visitantes podem observar o trajeto do Rio Tubarão, que nasce no vale e corre a cerca de 120 quilômetros para o leste, até desaguar no complexo de lagoas do litoral. De cima da serra, há uma vista da bacia do Rio Araranguá até o encontro com o Oceano Atlântico.

Onde fica: Rodovia 390, Bela Vista, Lauro Müller (SC)
Saiba mais: Site oficial.

O ecomuseu tem entre seus patrimônios a Coluna White, descoberta pelo geólogo estadunidense Israel Charles White. O estudioso mapeou os espaços com carvão mineral do sul e desenvolveu uma coluna estratigráfica com 17 marcadores de concreto que registram as características de cada afloramento. 

O patrimônio é um dos principais sítios geológicos e paleontológicos do Paraná e contribuiu para a comprovação da teoria da deriva continental.

Como criar um Museu Comunitário?

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