publicado dia 13 de maio de 2024
Rio Grande do Sul: o impacto da crise climática para as populações indígenas e quilombolas
Reportagem: Da Redação
publicado dia 13 de maio de 2024
Reportagem: Da Redação
Resumo: Entenda como as populações indígenas e quilombolas estão sendo afetadas pelas enchentes e chuvas que devastam o Rio Grande do Sul.
A crise climática global impactará a todos – mas os efeitos serão sentidos mais gravemente pelos mais vulnerabilizados. Em especial, populações negras, periféricas, indígenas e tradicionais estão mais expostas às consequências do desequilíbrio do clima e aos eventos climáticos extremos.
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O Ministério dos Povos Indígenas estima que metade (51%) das comunidades indígenas do Rio Grande do Sul foram diretamente afetadas pelas chuvas e enchentes: 110 das 214 presentes no estado. A informação foi anunciada pela ministra Sônia Guajajara no sábado (11/05).
Inicialmente, um levantamento coletivo realizado pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi estimou que 80 comunidades e territórios indígenas foram afetados diretamente, muitos com extrema gravidade, pelas chuvas e enchentes que devastam o Rio Grande do Sul desde a primeira semana de maio.
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Os dados foram coletados pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul, Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), Fundação Luterana de Diaconia, Conselho de Missão entre Povos Indígenas e Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD/Comin/Capa), além do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Rio Grande do Sul (Cepi/RS).
O impacto das chuvas para as comunidades indígenas é classificado como “avalassalador” pelo Cimi. Ainda em estágio preliminar, o levantamento foi divulgado na semana passada pelas organizações indígenas e indigenistas, com o objetivo de apoiar emergencialmente a realização de campanhas de doação para as comunidades afetadas.
Com a atualização realizada pelo Ministério dos Povos Indígenas, o registro é de que ao menos 30 mil indígenas dos povos Guarani, Charrua, Kaingang e Xokleng estejam sentindo os impactos do desastre climático.
“Dentre as ações do governo federal para contribuir nos esforços destinados à ajudar as vítimas dessas comunidades, estão previstas 9 mil cestas básicas, que serão entregues quinzenalmente, a partir da semana que vem”, afirmou a ministra da pasta, Sônia Guajajara, que esteve presente no estado no último final de semana.
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Além disso, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) acompanha os impactos para as populações quilombolas, comunidades tradicionais de matriz africana e terreiros, além de ciganos. No Rio Grande do Sul, vivem ao menos 7 mil famílias quilombolas, 1300 de comunidades tradicionais e 344 ciganas. De acordo com a pasta, muitas estão ilhadas, sem acesso à água, energia ou alimento.
Ao todo, 2,1 milhões de pessoas foram afetadas diretamente pelas chuvas extremas, de acordo com a última atualização (13/05) da Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Ao menos 538 mil estão desalojados e 80 mil em abrigos.