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publicado dia 9 de fevereiro de 2022

Rede Vaga Lume promove leitura e espaços de saberes na Amazônia Legal

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A Rede Vaga Lume foi fundada em 2001 com o propósito de empoderar crianças de comunidades rurais da Amazônia Legal a partir da promoção da leitura e da gestão de bibliotecas comunitárias como espaço para compartilhamento de saberes. Desde então, a organização já transformou a vida de mais de 100 mil crianças e jovens da Amazônia e hoje atua em comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas de nove estados (Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins).

A coordenadora da equipe regional que fica em Belém (PA), Lohana Gomes, explica que o projeto desenvolve ações voltadas para a literatura e educação a partir de cinco pilares, que formam a metodologia da Rede Vaga Lume:

  • Livros: acesso à literatura e infraestrutura de biblioteca  Novos acervos são enviados anualmente para as 86 bibliotecas comunitárias do projeto. São aproximadamente quatro meses de curadoria para que sejam contempladas obras com qualidades literária e gráfica. Estantes e esteiras, que compõem os locais de leitura, também são encaminhadas.
  • Mediador: capacitação de mediadores de leitura Lohana explica que “de nada adiantaria” se os livros fossem apenas enviados para as comunidades. Por isso, a Rede Vaga Lume realiza a formação de mediadores. “Apenas o livro em uma estante não vai ser atrativo; é necessário que tenham pessoas que façam essa espécie de ponte para que jovens e adultos possam mediar as leituras”, completa.
  • Gestão Comunitária: apoio ao engajamento comunitárioAtravés da identificação das lideranças locais e mobilização de voluntários é estimulada uma gestão comunitária. “Também trabalhamos com algumas ações culturais fazendo atividades que acontecem fora das bibliotecas. Há o envolvimento de pessoas de toda a comunidade, não apenas os voluntários e as crianças”, explica Lohana.
  • Cultura Local: valorização da cultura local e produção de livros artesanais – Fortalecimento da cultura e das tradições de cada comunidade por meio do incentivo à realização de rodas de histórias com idosos da comunidade e capacitação de moradores para registrá-las em livros artesanais.
  • Intercâmbio Cultural: Programa Rede – Promoção de um diálogo intercultural entre jovens das comunidades da Amazônia e escolas e organizações sociais do sudeste brasileiro, em uma experiência para compartilhar saberes acerca de suas identidades e comunidades. São realizadas oficinas e acontece uma troca sobre meio ambiente, espaço escolar e a cultura de cada um dos lugares e regiões participantes.

Esses pontos estruturantes, de acordo com Lohana, foram pensados a partir da realidade de cada um dos territórios. Hoje, depois de mais de 20 anos de atuação, ela afirma que é possível sentir os efeitos que a literatura é capaz de gerar nessas comunidades e, sobretudo, em grupos da Amazônia Legal onde o acesso é bastante restrito.

“É muito legal ver o interesse das crianças. Em alguns lugares em que a gente chega, as pessoas não têm acesso a nenhum tipo de livro infantil, então também conseguimos proporcionar um novo olhar e estimular a imaginação. Isso acaba contribuindo para o desenvolvimento da leitura, da escrita e das próprias relações pessoais. As vezes percebemos que as crianças começam inibidas e depois vão se soltando e gostando disso. A nossa curadoria também possibilita que portas sejam abertas, com as crianças escolhendo o que lhes agrada e o que não agrada”.

Mais de 100 mil jovens e crianças já foram impactados pelo projeto
Ação realizada na Comunidade Tapuio, em Barreirinhas (MA)

Somando as ações promovidas pela Vaga Lume, ao longo desses anos, chegamos a números impressionantes: impacto a um total de 141.848  crianças, jovens e adultos; doação de 153.646 livros para as 86 bibliotecas comunitárias presentes em 22 municípios. Além disso, mais de 5 mil mediadores de leitura já foram formados e cerca de 2.500 adolescentes participaram do intercâmbio de cultura.

Entretanto, Lohana destaca que o principal desafio encontrado pelo projeto ao longo dos anos para tornar esse sonho em realidade, foi a questão da logística – que vem sendo superada. “Nós trabalhamos em alguns locais de muito difícil acesso, e há alguns lugares com um acesso muito limitado a internet também. Esse acesso é fundamental para existir um momento de troca e também criar vínculos e relações, mas a gente acaba aprendendo muito com os desafios e criando alternativas para sempre estar perto. É essencial para tudo isso acontecer as parcerias que mantemos com as Secretarias de Educação, que ajudam a manter o diálogo com as comunidades, e também com muitos parceiros locais que nos ajudam com a logística de fazer os materiais chegarem às comunidades”, finaliza.

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