Capaz de transformar realidades, o esporte pode abrir caminhos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Aliada à educação, a prática auxilia o desenvolvimento físico, motor, cognitivo e tem importante contribuição para a formação dos estudantes.

Criminalizada, perseguida e discriminada durante décadas, hoje a capoeira encontra lugar cativo na formação sociocultural do povo brasileiro e, na cidade de Fortaleza (CE), tornou-se porta de entrada para um futuro mais próspero a meninas e meninos da periferia cearense, com o Projeto Capoeira e Educação.

Realizado pelo professor de educação física Andreyson Calixto, o projeto promove aulas gratuitas de capoeira a escolas de bairros em situação de vulnerabilidade social como Rodolfo Teófilo e João XXIII, e no IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), localizado no município de Canindé, a 170 quilômetros da capital cearense.

Criado há 20 anos, o projeto já levou alunos a pódios em competições regionais e, recentemente, nos Jogos do Nordeste de Capoeira ocorridos em Aracaju (SE), contou com quatro representantes entre os medalhistas. Destaque para Wendy Kauanne, a Jandaia, de 18 anos, vice-campeã na categoria E (laranja e azul), e vencedora dos prêmios de melhor corda laranja e melhor jogo de benguela.

Cultura negra 

Apesar do balanço positivo no campeonato, Berimbau, apelido pelo qual o professor é chamado pelos alunos, destaca a importância da capoeira para além das medalhas ou competições e afirma que o maior propósito do projeto está na transformação da vida dos alunos. “Queremos trabalhar o conceito de cidadania, de despertar o senso crítico e discutir temas importantes da sociedade. Ela possibilita a busca por seus direitos, pelos seus sonhos, além de fazermos a valorização da cultura negra”, ressaltou o capoeirista em entrevista à Agência Mural. 

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