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publicado dia 12 de janeiro de 2023

5 exposições para ampliar o olhar sobre os povos indígenas brasileiros

Reportagem:

Em um discurso histórico na posse como a primeira ministra do Ministério dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara lembrou que os povos indígenas no Brasil ainda são vistos por lentes distorcidas, demonizados por uns e romantizados por outros. “Não somos o que, infelizmente, muitos livros de História costumam retratar”, disse Guajajara durante a cerimônia ocorrida em 11 de janeiro, um marco na articulação política dos povos indígenas. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há pelo menos 900 mil indígenas no país, distribuídos em 305 etnias e 274 línguas. Para Guajajara, embora muitos ainda resguardem modos de vida que estão no imaginário popular brasileiro, é fundamental reconhecer que os povos indígenas são diversos e contemporâneos. 

“Estamos nas cidades, nas aldeias, nas florestas, exercendo os mais diversos ofícios que vocês puderem imaginar. Vivemos no mesmo tempo e espaço que qualquer um de vocês, somos contemporâneos deste presente e vamos construir o Brasil do futuro, porque o futuro do planeta é ancestral!”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas.  

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Cinco exposições, em cartaz em museus do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), ajudam a ampliar o olhar sobre os povos indígenas e sua diversidade. Confira a seguir: 

1) Museu das Culturas Indígenas

Com a proposta de resgatar a memória da ancestralidade e do patrimônio histórico dos povos indígenas, a gestão do Museu das Culturas Indígenas é compartilhada com o Instituto Maracá, que reúne nomes como Ailton Krenak.

Recém-inaugurado em São Paulo (SP), o espaço busca o fortalecimento do protagonismo indígena ao promover um lugar de diálogo intercultural, compartilhando mensagens, ideias e saberes milenares. Para realizar visitas, é preciso se inscrever previamente no site. 

Além de três exposições temporárias, o espaço também abriga oficinas e encontros: a programação de janeiro inclui contação de histórias com o escritor Daniel Munduruku e um debate com o cineasta guarani Alberto Alvares Tupã Ra’y. 

2) Exposição Nhe’? Porã: Memória e Transformação – Museu da Língua Portuguesa  

Em cartaz até 23 de abril no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), a exposição Nhe’? Porã: Memória e Transformação celebra a diversidade e a riqueza das 274 línguas indígenas faladas atualmente no Brasil. O nome da exposição, organizada por mais de 50 profissionais indígenas, pode ser traduzido da língua Guarani Mbya como “belas palavras” e promove um mergulho nas identidades e histórias dos povos indígenas no Brasil, sem esquecer a trajetória de luta e resistência.

3) Exposição Resistência Já – Museu da USP 

Para construir o acervo da exposição Resistência já! Fortalecimento e União das Culturas Indígenas, grupos indígenas das etnias Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena revisitaram objetos coletados entre século 19 e o ano de 1947 por antropólogos não-indígenas.  A  curadoria analisou objetos, vestimentas e fotografias, agora expostas no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP).

4) Nhande Marandu – Uma História de Etnomídia Indígena 

No Rio de Janeiro (RJ), o Museu do Amanhã recebe até 26 de fevereiro a exposição “Nhande Marandu – Uma História de Etnomídia Indigena”. A mostra visibiliza produções contemporâneas – fotos, videoclipes, filmes, artes visuais e livros – assinadas por artistas e comunicadores indígenas como Brisa Flow e Denilson Baniwa. A curadoria da exposição é de Anápuáka Tupinambá, Takuma? Kuikuro, Trudruá Dorrico e Sandra Benites.

5) Xingu: Contatos – IMS Paulista 

A proposta da exposição, em cartaz no IMS Paulista, em São Paulo (SP) é revisar criticamente a história visual da terra e dos povos indígenas do Xingu, primeira terra indígena demarcada oficialmente no Brasil, em 1961. A chave apresentada pela mostra é conectar o acervo de imagens históricas e filmes produzidos por não-indígenas desde o século 19 e com a produção atual de cineastas, artistas e comunicadores indígenas. São parte da exposição, em cartaz até 9 de abril, obras comissionadas a autores indígenas, itens de arquivos públicos e particulares, além de grafismos e narrativas orais do Xingu.

*Colaborou André Nicolau 

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