Perfil no Facebook Perfil no Instagram Perfil no Youtube

Cine EducAlimentação propõe enfrentamento à insegurança alimentar no Colégio Estadual Mário do Carmo Lima

Publicado dia 7 de novembro de 2022

Logo do prêmio territóriosComo falar sobre fome na escola em 2022, quando a realidade de não ter o que comer afeta diretamente a vida de muitos estudantes? Para lançar um olhar crítico sobre a questão e envolver a comunidade escolar, o Colégio Estadual Maria do Carmo Lima, escola pública de Águas Lindas de Goiás (GO), criou o Cine EducAlimentação, projeto que une o audiovisual e o cinema à discussão sobre o direito à alimentação adequada. 

O trabalho realizado pela escola é uma das dez experiências vencedoras da 6ª edição do Prêmio Territórios, uma iniciativa do Instituto Tomie Ohtake, realizada em parceria técnica com a Cidade Escola Aprendiz e o Centro de Referências em Educação Integral.

Uma das idealizadoras do projeto, a professora de História e Geografia Camila Faria lembra que o Cine EducAlimentação surgiu no contexto de retomada das aulas presenciais neste ano, quando os sinais da fome estavam postos à mesa. 

“Cheguei na escola em fevereiro de 2022 e encontrei um cenário de insegurança alimentar na vida de muitos dos meus alunos. Eles sempre perguntam se sobrou lanche e acham ruim quando não tem aula porque é uma refeição a menos ou compartilham que passam dificuldades em casa, indicando que não há a garantia de todas as refeições em seus lares”, relata a professora. 

Com cerca de 220 mil habitantes, a cidade goiana fica na divisa com o Distrito Federal e, como outras cidades brasileiras, foi bastante afetada pela crise econômica e pela fome nos últimos anos. 

Como funciona o CineEducAlimentação?

Uma vez por mês, as turmas do Ensino Fundamental 2 da professora se reúnem para assistir curtas, documentários, entrevistas e reportagens relacionados ao tema da fome e da alimentação. Assim, assuntos como agricultura familiar, relação entre o campo e a cidade, fome e até o Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) fizeram parte do repertório das turmas. 

Além de debater com os colegas e os convidados, os estudantes também compartilham lanches saudáveis, preparados especialmente para os encontros por feirantes e pequenos produtores locais. 

O que é o PNAE ? 

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) fornece recursos para alimentação escolar e ações de educação alimentar nos estados e municípios brasileiros. Os recursos são destinados de acordo com o número de matriculados em cada rede de ensino e transferidos anualmente para os beneficiários entre os meses de fevereiro e novembro. 

 “As aprendizagens do Cine EducAlimentação estão em apresentar aos estudantes como funcionam as políticas públicas para a alimentação escolar. De onde vem a verba? Como é feito o repasse? Como é escolhido o lanche? São questões informativas sobre o papel do Estado na merenda”, exemplifica a educadora. 

Camila destaca a contribuição da linguagem audiovisual para a compreensão de temas complexos sem perder o fio crítico e a urgência do debate em torno da insegurança alimentar. “O projeto tenta mostrar a necessidade do tema alimentação se tornar mais presente e constante nas nossas atividades. De forma que educadores e alunos tenham domínio, por exemplo, sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, defende a professora. 

Além de envolver ativamente a comunidade escolar nas discussões sobre a fome e a alimentação, Camila acredita que o Cine EducAlimentação também atua como um comunicador dos problemas que afetam as famílias brasileiras. 

“Ninguém aprende com fome. É neste sentido que o Cine EducAlimentação atua comunicando os problemas, para entender suas origens de forma mais didática e oferecer ferramentas de conhecimento para a criação de uma consciência crítica sobre a realidade do Brasil, pensando e buscando alternativas de combate à fome”, exalta a professora. 

Conheça as demais experiências vencedoras do Prêmio Territórios: 

Crianças desbravam ruas de São Paulo com projeto Motoca na Praça

Escola de Armação dos Búzios (RJ) resgata a cultura quilombola do território

Para além dos muros da escola, EMEF Professor Waldir Garcia transforma bairro em território educativo

Com solidariedade educativa, CIEJA Clóvis Caitano reforça elos e promove reinserção profissional

Escola rural em assentamento luta para garantir direito à educação de suas crianças

Em Joinville (SC), estudantes resgatam as trajetórias de mulheres pretas na História

“Que planta é essa, professora?” Escola pública promove etnobotânica e decolonialidade no ensino das Ciências

Resgate de identidade cultural caiçara transforma vila de pescadores em território educativo em SC

Professora promove o letramento a partir da etnometeorologia em Paraty (RJ)

Práticas

Com solidariedade educativa, CIEJA Clóvis Caitano reforça elos e promove reinserção profissional

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.