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publicado dia 5 de agosto de 2022

Quase 4 mil crianças e adolescentes vivem em situação de rua em São Paulo  

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Após dois anos da fase mais crônica do surto de Covid-19, as consequências socioeconômicas da pandemia estão presentes na rotina dos grandes centros urbanos de todo o Brasil. Segundo  o censo realizado em maio pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (Smads), a cidade tem 3.759 crianças e adolescentes, com menos de 18 anos, em situação de rua. 

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Na última pesquisa sobre este recorte, realizada há 15 anos, havia 1.842 crianças e adolescentes em situação semelhante. 

De acordo com os números atuais, entre as múltiplas relações dessa população com a situação de rua, 2.749 (73,1%) utilizam a condição como forma de sobrevivência (pedindo esmolas ou trabalhando irregularmente), 401 (10,7%) pernoitam nas ruas e 609 (16,2%) são atendidos nos Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica) e em Centros de Acolhida Especial para Famílias.

Das 3.150 crianças e adolescentes que não estão acolhidas, 1.953 (62%) têm atividades de trabalho irregular. O levantamento aponta ainda que 465 (14,8%) são acompanhadas por um adulto nas ruas e 235 (7,5%) estão em atividades ilícitas.  

São Paulo – Pessoa em situação de rua dorme na rua São Luís, região central (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Recorte geográfico 

Entre os bairros que concentram o maior número de crianças e adolescentes em situação de rua da capital paulista, a região central aparece em primeiro lugar: a República lidera o ranking(309), seguida pela Sé (202) e Santa Cecília (196). Tatuapé (161), na zona leste, e Pinheiros (152), na zona oeste, completam o levantamento. 

Raça, idade e gênero 

O censo também indica que 2.227 crianças e adolescentes (59,2%) são do sexo masculino, 1.453 (38,7%) do sexo feminino, enquanto 79 (2,1%) não souberam ou não quiseram informar.

A faixa etária de 12 a 17 anos é a que concentra o maior número, com 1.585 (42%), seguida dos que têm até seis anos. Em relação à raça, 1.615 (43%) se autodeclararam de cor parda, 1.074 (28,6%) pretos, 811 (21,6%) brancos, 34 (0,9%) indígenas, 20 (0,5%) amarela e 1 morena. Outros 166 não souberam ou não quiseram informar.

Realizado pela empresa Painel Pesquisa e Consultoria, o estudo partiu de uma metodologia que considerou três processos: a escuta das pessoas que trabalham nos comércios, ruas ou vivem perto de escolas e postos de saúde, a busca por pontos de concentração nos extremos da cidade e, por último, a abordagem direta a crianças e adolescentes.

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