publicado dia 13 de julho de 2021
Professores indígenas lançam livro sobre ensino superior e o Alto Rio Negro
por Ingrid Matuoka
publicado dia 13 de julho de 2021
por Ingrid Matuoka
Um dos principais entraves para os povos indígenas do Rio Negro frequentarem uma universidade diz respeito à locomoção: muitas vezes dependem dos movimentos dos rios para navegar ou enfrentam longos trajetos de difícil acesso. Esse e outros desafios são relatados no livro “Impressões Geográficas dos Povos Indígenas do Amazonas – Terra Indígena Alto Rio Negro”.
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Lançado por professores indígenas em julho de 2021, a obra também traz a exuberância da paisagem local, bem como a diversidade cultura e linguística dos povos do Rio Negro, em uma narrativa que visa incentivar jovens indígenas a ingressarem no ensino superior, apesar dos obstáculos.
O livro foi organizado por Emádina Gomes Rodrigues e Helenice Aparecida Ricardo, professoras do curso Licenciatura Intercultural Formação de Professores Indígenas (FPI) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A publicação é resultado de um trabalho da disciplina de Geografia do curso, que este ano forma 54 professores indígenas do Rio Negro, e que são coautores da obra.
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Vão receber essa publicação as escolas indígenas do Rio Waupés, Tiquié, Rio Içana e Ayari, Rio Negro e Xié, Baixo Rio Negro. Para os demais interessados, a coordenação da produção do livro vai disponibilizar o e-book gratuitamente.
O documentário “Caminho de Amália” mostra um pouco mais das dificuldades geográficas enfrentadas por povos indígenas para se locomover. Acompanhando o percurso de Amália, indígena de 53 anos, professora de ensino médio e fundamental em sua comunidade Querari, o vídeo mostra o trajeto de 12 dias que ela faz em uma pequena embarcação para assistir às aulas do curso de graduação em Licenciatura Indígena, pela UFAM. O documentário está disponível no Youtube:
*Com informações da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Foto: Juliana Albuquerque/FOIRN.