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publicado dia 7 de fevereiro de 2023

Luta dos povos indígenas: 10 livros, filmes, séries e documentários para saber mais

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A luta dos povos indígenas no Brasil vive um momento agudo e brilhante. De um lado, pela primeira vez há um Ministério dos Povos Indígenas em Brasília (DF). De outro, o legado da ausência de políticas públicas e a exploração ilegal do garimpo e da floresta estrangulam o modo de vida na Terra Indígena Yanomami, na Amazônia. 

Durante a cerimônia de posse no ministério, Sônia Guajajara apontou que a existência dos povos indígenas no Brasil ainda é vista de forma distorcida por grande parte da população. “Ou nos romantizam, ou nos demonizam. Nós não somos o que, infelizmente, muitos livros de História ainda costumam retratar”, afirmou em discurso. 

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Para colaborar com a ampliação do entendimento sobre a trajetória e a luta dos povos indígenas, há 15 anos a lei 11.696/2008 estabeleceu 7 de fevereiro como o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas. A data é em memória de Sepé Tiaraju, liderança e figura de resistência guarani do século 18. 

Neste contexto, o que ler e assistir para aprender mais sobre a luta histórica e a resistência indígena atual? 

Da Ditadura à queda do céu: 5 livros para se atualizar sobre a luta indígena 

No campo literário, autores como Davi Kopenawa e Aílton Krenak destacam-se pelos testemunhos, relatos e ensinamentos sobre o povo Yanonami e pela reflexão sobre a crise socioambiental das mudanças climáticas. Questões atuais, como a apropriação de adereços indígenas e a importância da comunidade para a aprendizagem, são temas da poeta Márcia Kambeba. 

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Em outras duas obras, escritas por não-indígenas,  é possível aprofundar os conhecimentos sobre questões fundamentais como a resistência indígena durante a Ditadura Militar e o percurso histórico desses povos. Saiba mais na seleção de livros a seguir: 

1) A queda do céu – palavras de um xamã Yanomami, por Davi Kopenawa Yanomami e Bruce Albert. Editora Cia das Letras, 2015. 

Em diálogo com o etnólogo Bruce Albert, o xamã, pensador e porta-voz Yanomani Davi Kopenawa registra suas meditações a respeito do contato com os brancos (“povo da mercadoria”). Ao longo de 700 páginas, o livro apresenta reflexões sobre a exploração do meio ambiente, bem como rememora epidemias e violências que marcam o contato. 

2) Ideias para adiar o fim do mundo, por Aílton Krenak. Editora Cia das Letras, 2020.  

Em um momento icônico da Constituinte, o pensador indígena Aílton Krenak discursou em Brasília e protestou, pintando ritualisticamente o rosto de preto com tinta de jenipapo. “O povo indígena tem regado com sangue cada hectare dos oito milhões de quilômetros quadrados do Brasil. E os senhores são testemunhas disso”, sentenciou em 1987. Trinta anos depois, o best-seller Ideias para adiar o fim do mundo reforça o alerta, costurando as ideias de Krenak com reflexões sobre a crise ambiental. 

3) História da resistência indígena: 500 anos de luta, por Benedito Prezia. Editora Expressão Popular, 2017. 

A história da resistência indígena desde o início da colonização europeia ainda é bastante invisibilizada. O livro do indigenista Benedito Prezia vai além dos relatos de doenças e extermínios, mostrando também a face resistente da história indígena, dos encontros com bandeirantes até os movimentos indígenas atuais. 

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4) Os fuzis e as flechas: História de sangue e resistência indígena na ditadura, por Rubens Valente. Editora Cia das Letras, 2017. 

O livro-reportagem mergulha em milhares de documentos e dezenas de entrevistas para ilustrar a ação do Estado brasileiro contra os indígenas durante as décadas de 60, 70 e 80. O livro joga luz em um capítulo pouco conhecido da Ditadura Militar (1964-1985) e mostra como a violência contra os indígenas nos anos de chumbo foi invisibilizada. 

5) O lugar do saber ancestral, por Márcia Kambeba. Casa Leira, 2020. 

Pertencente ao povo Omágua-Kambeba, localizado na região do Alto Solimões, no estado do Amazonas, Márcia Kambeba é escritora, poeta, acadêmica e ativista. O livro reúne poemas da escritora, que toca em assuntos contemporâneos como o uso de cocar por não-indígenas e afirma a resistência de seu povo em poemas como “Pisando na História”: No chão do meu passado / Vejo a nação ecoar / Um canto de resistência / Dos espíritos daquele lugar.  

5 filmes, séries e documentários para saber mais sobre os povos indígenas atuais 

1) O Território (2022)



Premiado pelo Festival de Sundance e
pré-indicado ao Oscar 2023, o documentário produzido pela National Geographic mostra a luta contra a devastação da Amazônia e os conflitos na Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, localizada em Rondônia. O filme foi co-produzido pelo povo Uru-eu-wau-wau e retrata os desafios encontrados por eles em seus territórios. O documentário está disponível no catálogo do Disney+. 

2) Guerreiros da floresta (2019) 

Com 13 episódios de 26 minutos, a série acompanha o cotidiano de lideranças indígenas dos estados amazônicos de Acre, Roraima e Rondônia. A produção, que mostra os desafios e o reconhecimento de Davi Kopenawa, Almir Surí e Ninawa Inu Huni Kuin, está disponível no Globoplay. 

3) A Febre (2019) 

Produzido localmente no Amazonas, a ficção da diretora Mayra Da-Rin enfoca os dilemas do indígena Desana Justino. Interpretado por Regis Myrupu, o personagem tem a rotina como trabalhador do porto de Manaus (AM) afetada por uma febre misteriosa e pela notícia de que a filha passou na faculdade de Medicina. 

4) Krenak, sobreviventes do vale (2019)

Donos originais de um território que ia da Bahia até o Rio de Janeiro, passando pelo Espirito Santo a Minas Gerais, o povo Krenak foi atingido em cheio com o rompimento da barragem da Samarco em Brumadinho, em 2015. O documentário aborda a tragédia ambiental do Rio Doce do ponto de vista dos indígenas e mostra a trajetória de resistência dos Krenak. 

5) As hiper-mulheres (2012)

Centrado no poder e na ancestralidade das canções entoadas por mulheres Kuikuro,  o filme mostra os ensaios femininos para o ritual do Jamarikumalu, na Terra Indígena Xingu, no Mato Grosso. Co-dirigido por Takumã Kuikuro, Leonardo Sette e Carlos Fausto, o longa foi premiado em festivais brasileiros. 

 

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