publicado dia 8 de janeiro de 2024
8 de janeiro: Atos em defesa da democracia marcam 1 ano de ataques em Brasília
Reportagem: Tory Helena
publicado dia 8 de janeiro de 2024
Reportagem: Tory Helena
🗒️Resumo: Com o mote “Democracia Inabalada”, solenidade em Brasília (DF) lembra resistência à invasão do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) por golpistas bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023.
Um ano após a invasão e depredação dos Três Poderes em Brasília (DF), o Congresso Nacional receberá o ato “Democracia Inabalada” nesta segunda-feira (08/01).
Promovida pelo governo federal, a solenidade, marcada para às 15h, espera reunir 500 convidados e autoridades e manter viva a memória da resistência das instituições à tentativa de golpe promovida por militantes e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2023.
De acordo com a Agência Brasil, o evento contará com a participação do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos presidentes do Senado (Rodrigo Pacheco), da Câmara dos Deputados (Arthur Lira) e do Supremo Tribunal Eleitoral (STF). Também são esperados governadores, ministros, parlamentares e representantes da sociedade civil. Movimentos sociais convocaram outras manifestações em ao menos 10 capitais brasileiras.
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Durante a solenidade, haverá ainda a reintegração simbólica de uma tapeçaria de Burle Marx e de uma réplica da Constituição Federal de 1988 ao patrimônio público. Ambos os artefatos foram alvo dos golpistas no 08/01: a primeira, de 1973, foi vandalizada durante a invasão ao Congresso. Após restauração, voltou ao patrimônio do Senado. Já a Constituição foi furtada da sede do Supremo, mas recuperada, sem qualquer dano.
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Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cerca de 4 mil apoiadores bolsonaristas acampados em frente ao quartel-general do Exército dirigiram-se no dia 08 de janeiro de 2023 à Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), para vandalizar o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. O objetivo era pressionar a adesão das Forças Armadas e golpear o governo recém-eleito.
Durante a ação golpista, televisionada pela imprensa e também transmitidas pelos próprios bolsonaristas, escritórios, salas, obras de arte e mobiliários históricos do patrimônio nacional foram depredados. Houve também violência e confronto dos golpistas com forças de segurança.
Nos cálculos da DW Brasil, o prejuízo com a destruição ficou próximo dos R$21 milhões. Além disso, o saldo da tentativa de golpe deixou 2.151 presos e feriu 44 policiais e 40 golpistas.
Até o momento, foram apresentadas 1.400 denuncias ao Ministério Público Federal e 30 pessoas envolvidas já foram condenadas pelo STF.
Em trecho de artigo publicado hoje pelo jornal Washington Post, Lula comparou os ataques no Brasil à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.
“Impulsionados por mentiras e desinformação, quebraram janelas, destruíram objetos históricos e obras de arte, enquanto transmitiam seus atos pela internet. Exibiam desprezo pela democracia similar ao dos invasores do Capitólio nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021. Felizmente, a tentativa de golpe fracassou. A sociedade brasileira rechaçou as invasões e, durante o último ano, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo dedicaram esforços para esclarecer os fatos e responsabilizar os invasores”, escreveu o presidente.
Após um ano da mobilização golpista, os atos do dia 08 de janeiro de 2023 são rejeitados pela ampla maioria dos brasileiros: 89% desaprovam o que ocorreu, de acordo com pesquisa recente da Quaest.
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Para 47%, o ex-presidente Jair Bolsonaro teve influência direta na tentativa de golpe. Em nota à imprensa, Felipe Nunes, diretor da Quaest, ressalta que a reprovação aos atos golpistas mostra a resiliência da democracia na Brasil.
“A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, afirmou.