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publicado dia 30 de agosto de 2024

Y20: jovens cobram combate à desigualdade e educação climática

Reportagem:

Resumo: O Y20, cúpula formada por jovens líderes dos 19 países-membros do G20, se reuniu no Rio de Janeiro (RJ) em agosto para discutir questões de interesse global. A cúpula aprovou, no dia 29/08, um documento com propostas e soluções que será entregue aos chefes de Estado, que se reunirão no Brasil em novembro.

O combate à desigualdade e a preocupação com a crise climática estão entre as prioridades levantadas pelo Y20, o grupo oficial de engajamento de juventudes do G20, fórum de cooperação econômica internacional. 

Formado por jovens representantes dos 19 países-membros do G20, o coletivo  esteve reunido no Rio de Janeiro (RJ) ao longo de agosto. 

De olho na reunião que acontecerá em novembro no Brasil, o Y20 aprovou um comunicado oficial, assinado no dia 29/08 por todos os delegados do grupo, e que será entregue aos chefes de Estado do G20. Ao todo, participaram da cúpula 145 delegados e convidados internacionais e cerca de 2 mil jovens brasileiros.

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O Y20 tem como objetivo proporcionar a jovens líderes de todo o mundo a oportunidade de participar de discussões sobre questões globais como o combate a desigualdades e emergências climáticas, a fim de compartilhar experiências e construir coletivamente propostas e soluções para as decisões do G20.

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Além do Brasil, fazem parte do G20 África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além dos órgãos regionais União Africana e União Europeia e os países convidados Angola, Egito, Nigéria, Espanha, Portugal, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Singapura.

Imagem mostra jovens de costas no evento do Y20.
Y20 promoveu diálogos sociais com a participação de jovens dos 19 países-membros. Foto: Mariana Lucena/Divulgação

O que diz o documento elaborado pelo Y20 

Entre os pontos aprovados em consenso no documento estão a defesa de ações para enfrentar as desigualdades, como uma arquitetura fiscal que disponha de uma taxação progressiva e de mecanismos mais firmes contra a evasão de divisas, a criação de um Fundo para a Juventude — projetado para lidar com uma série de desafios enfrentados por jovens em todo o mundo —, a implementação imediata de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a criação de mecanismos que regulamentem a Inteligência Artificial. 

“A juventude historicamente cumpre um papel de tensionar, de propor soluções inovadoras e cobrar por novas formas de enfrentar as crises nacionais e globais. Esse nosso Communiqué [comunicado oficial], construído em um processo de consenso progressivo, é um reflexo disso, da potência da maior geração de jovens da história. É uma grande vitória a construção do consenso em torno desse texto”, afirma Marcus Barão, presidente do Y20.

Combate a desigualdade

Philippe Diogo, chefe da delegação do Brasil no Y20 e responsável pelas discussões sobre combate à fome e a pobreza, afirma que a proposta de construção de uma nova arquitetura fiscal “reflete a urgência da diminuição das desigualdades sociais, propondo a revisão das formas de fiscalizar as estruturas das disparidades de riqueza, com foco no financiamento os jovens buscando na cooperação internacional uma forma de para combater a evasão fiscal”. 

Os jovens do Y20 também defenderam a construção de “uma taxonomia ética global para o desenvolvimento da Inteligência Artificial em suas implicações políticas, de segurança e informacionais, criando  estruturas de auditoria de IA para sistemas de IA justos, responsáveis e imparciais; medidas para garantir uma transição justa para trabalhadores; e comissões nacionais que analisam o impacto da IA e propõem estruturas regulatórias nacionais”. 

Além disso, o comunicado oficial propõe a proteção do bem-estar e dos direitos dos trabalhadores a partir da garantia de trabalhos justos, ambientes de trabalhos saudáveis com foco em saúde mental e física e acordos de trabalho híbridos com “direito de se desconectar” e horários flexíveis. 

Imagem mostra cúpula do y20.
Foto: Mariana Lucena/Divulgação

Meio ambiente e diversidade

Na pauta climática, a juventude pede o reconhecimento e apoio a refugiados e deslocados climáticos, a inclusão da educação ambiental e climática em todos os currículos escolares, além de financiamento climático para perdas e danos e um plano de transição energética justa. 

A autodeterminação dos povos indígenas e autonomia para comunidades tradicionais também foram pontos de destaque, bem como a capacitação para empregos verdes, adaptação e resiliência climática. A meta de desmatamento zero até 2030, o incentivo a práticas agroecológicas e inovadoras na indústria alimentícia e medidas para enfrentar a desinformação climática também foram temas destacados pelo Y20. 

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Mahryan Sampaio, delegada do Brasil no eixo de meio ambiente, avalia que no tema “os avanços foram muitos”. 

“O Brasil é uma liderança nos debates ambientais globalmente, e, por isso, uma das maiores responsabilidades no processo foi dar o tom político social às pautas ambientais. Compreendemos a mudança global do clima como agravante das desigualdades sociais pré-existentes, entendendo que a crise vai chegar para todo mundo, mas não da mesma forma. Jovens, mulheres, pessoas negras, indígenas, faveladas e em situação de vulnerabilidade sofrerão mais com esse cenário, e o nosso maior desafio é alcançar uma relação de equilíbrio entre a humanidade e a natureza”, diz. 

O documento aprovado reafirma aponta ainda a importância da inclusão de mulheres jovens, indígenas, pessoas com deficiência e pessoas vulneráveis na agenda de governança global e cobra o reforço de políticas antidiscriminação e contra o discurso de ódio, através de campanhas educacionais, políticas de segurança na internet e programas de reabilitação e reintegração para empoderamento financeiro. 

A defesa da reforma da governança global, uma das pautas prioritárias do Brasil na presidência do G20, também foi reforçada. O documento reconhece a necessidade de “reformar a Organização das Nações Unidas (ONU) para ser mais inclusiva, representativa, transparente, responsável e garantir uma representação geográfica equitativa para refletir as realidades contemporâneas”.

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