publicado dia 15 de junho de 2023
Seminário Nacional de Cultura e Educação discute como levar arte e cultura aos espaços educacionais
Reportagem: Tory Helena
publicado dia 15 de junho de 2023
Reportagem: Tory Helena
Apresentado como primeiro passo na articulação e reconstrução de políticas públicas intersetoriais de arte, cultura e educação, o Seminário Nacional de Cultura e Educação começou no dia 14 e acontece até o dia 16 de junho em Brasília (DF).
Esforço conjunto dos ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC), o evento é composto por cinco painéis temáticos – abertos ao público e transmitidos ao vivo – e grupos de trabalho (GTs) técnicos internos, com representantes dos ministérios, especialistas e da sociedade civil.
Com o mote “Aprender para Construir”, a ideia é avançar no desenho de políticas públicas capazes de conjugar cultura e educação com base nas discussões. Um dos focos é a interface entre os Planos Nacionais de Cultura, de Educação e de Livro e Leitura, dando relevo às políticas de formação artístico-culturais e à democratização do acesso ao livro e formação de leitores.
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Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o Seminário Nacional de Cultura e Educação é um primeiro passo na articulação na construção dessas políticas públicas.
“É uma proposta para refletir, debater e propor a reconstrução de políticas públicas que destaquem a integração na construção de um ambiente escolar para nossas crianças, jovens e adultos. Trata-se de uma estratégia fundamental para o ambiente escolar”, avaliou a ministra durante o evento de abertura.
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“Sabemos que esses dois eixos [cultura e educação] são vitais para a formação humana, para a democracia, para a promoção da cidadania, para a sociedade que queremos construir, mais juntas e com mais oportunidades para todos”, afirmou.
Margareth Menezes destacou também que cabe ao MEC e ao MinC traçar uma política pública capaz de promover uma formação plena para brasileiros e contemplar “tanto os saberes escolares quanto os ancestrais, que conecte a racionalidade e os afetos, a precisão e a beleza, o conhecimento científico e a arte’, destacou a ministra.
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Representante do MEC, a secretária-executiva Izolda Cela reforçou a importância de trazer a arte e a cultura para os espaços educacionais e sinalizou que o processo de construção das políticas é exigente.
“A nossa formação pessoal fica melhor quando desenvolvemos canais de apreciação da arte. Isso movimenta o melhor da nossa humanidade, expande as nossas subjetividades. O comando do ministro [da Educação, Camilo Santana] é de articulação, é de que possamos cada vez mais estabelecer esse processo, de forma orgânica. Fazer acontecer é exigente. Temos que encontrar caminhos e vamos encontrá-los. Daqui, teremos encaminhamentos ricos para iluminar nossa caminhada”, afirmou Izolda Cela.
Secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba reforçou a importância da aliança entre educação e cultura e detalhou a agenda prevista para a articulação das políticas públicas. Além do Seminário, será criado um Comitê Técnico Interministerial Cultura e Educação e firmado um acordo de cooperação entre as pastas, com anúncio de ações e investimentos.
“Educação e cultura caminham juntas na estrada, na correnteza, na casa, no ninho, na escola, na universidade, no teatro, no museu, na biblioteca, no centro cultural, na vida. Cultura e educação são frutos de uma mesma árvore sagrada do conhecimento”, afirmou o secretário.
“Se ao longo da história escolar houve uma separação esquizofrênica entre educação e cultura, estamos aqui propondo esse reencontro: que a educação se aproxima da cultura e das artes em toda a sua diversidade e que a cultura se aproxime da educação em seus processos de ensino aprendizagem”, defendeu Piúba, explicando que a caminhada conjunta entre cultura e educação acontece independente da consciência dos gestores públicos que atuam nos dois setores. “Reunidas, implicam em transformação de vida e de realidade social”, destacou.
Para o secretário, são justamente as políticas de promoção de leitura e formação que mais combinam com a ação integrada entre as políticas de cultura e educação. Porque consistem na formação de repertório, desenvolvimento de capacidades e leituras de mundo. “Nessa vereda, é vital a percepção da educação integrada em tempo integral, compreendendo o papel da escola, mas também dos espaços e equipamentos culturais nesse processo”, explicou.
O secretário também citou a retomada de programas desmontados na gestão anterior, como o Mais Cultura nas Escolas e Mais Cultura das Universidades.
A mesa de abertura também contou com a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abraão, além dos secretários de Educação Básica, Katia Schweickardt, e de Educação Profissional e Tecnológica, Getúlio Marques Ferreira, ambos ligados ao MEC.
Assista ao evento de abertura na íntegra: