publicado dia 17 de junho de 2021
Ruas SP: Coletivos pedem que escolas também possam ocupar o espaço público
Reportagem: Da Redação
publicado dia 17 de junho de 2021
Reportagem: Da Redação
Em abril, a Prefeitura de São Paulo ampliou o projeto Ruas SP para que bares e restaurantes possam atender o público nas ruas. O objetivo da Prefeitura é incentivar o setor economicamente e ao mesmo tempo reduzir os riscos de transmissão da Covid-19, considerando que pesquisas apontam que a taxa de transmissão do novo coronavírus é menor em ambientes ao ar livre em comparação a locais fechados.
Essa mesma lógica também vale para as escolas, que têm enfrentado entraves em relação às condições físicas nas instituições para o cumprimento dos protocolos sanitários. Por isso, os grupos multidisciplinares ap? – estudos em mobilidade e GT Cidade, Infâncias e Juventudes – IAB SP, lançaram um manifesto pedindo que sejam oferecidas condições para que estudantes e professores, da Educação Básica à Superior, também possam ocupar as ruas.
“O projeto Ruas SP apresenta uma disposição do poder público em ampliar as estruturas disponíveis às pessoas que ocupam a cidade, especificamente à clientela de bares e restaurantes. Se o projeto abre esta prerrogativa, propomos que a mesma lógica se estenda às instituições de educação, com suporte técnico e financeiro, para que ações de urbanismo tático sejam adotadas de acordo com as necessidades específicas das escolas, seus territórios, e respectivos Projetos Políticos Pedagógicos”, diz um trecho do Manifesto “Ruas SP PELA EDUCAÇÃO – Educação SP PELAS RUAS”, assinado em conjunto com uma série de outras organizações.
Deseja colaborar? Assine o Manifesto “Ruas SP PELA EDUCAÇÃO – Educação SP PELAS RUAS”
Além de ser uma saída possível para manter os estudantes em um contexto de aprendizagem em meio à crise sanitária, os espaços públicos são ambientes educativos e ocupá-los é um direito de todas as crianças, adolescentes e jovens, por promover seu desenvolvimento integral e fortalecer os laços entre a instituição de ensino, a comunidade e os contextos socioculturais do território.
Assim, o ap? e o GT Cidade, Infâncias e Juventudes pedem que o poder público:
– se posicione publicamente quanto a este tema;
– elabore e implemente medidas de readequação dos espaços públicos nos entornos dos territórios escolares, visando melhoria dos acessos, promoção de segurança viária e adequação ao uso da comunidade escolar, de acordo com suas especificidades;
– consulte as escolas da rede em canais permanentes de escuta, para atender suas demandas quanto à infraestrutura necessária;
– estabeleça medidas que visem, a curto, médio e longo prazos alterar as dinâmicas urbanas no sentido de promover espaços públicos mais apropriados pelas crianças e adolescentes, bem como por sua rede de cuidadores;
– reforce, por meio de ações pertinentes, a centralidade que as escolas exercem nas dinâmicas urbanas, beneficiando a rede de equipamentos mais capilarizada da cidade.
*Foto: Rafael Tavares / Octopus Filmes