publicado dia 4 de setembro de 2023
Como levar a Educação Urbanística para as escolas?
Reportagem: Ana Júlia Paiva
publicado dia 4 de setembro de 2023
Reportagem: Ana Júlia Paiva
📄Resumo: A Educação Urbanística e Ambiental foi indicada ao Ministério da Educação (MEC) para ser incluída como componente curricular transversal nas escolas de Educação Básica. A sugestão foi apresentada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU Brasil). O objetivo é ampliar a conscientização dos estudantes sobre as cidades e o meio ambiente.
Entender como funcionam as cidades – suas relações, leis, espaços e serviços – não é tarefa fácil. No entanto, os conhecimentos, metodologias e instrumentais da Arquitetura e do Urbanismo podem ser alavancas para o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens.
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Para contribuir com a ampliação dos conhecimentos sobre urbanismo na Educação Básica, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-Brasil) defende que a Educação Urbanística seja incluída, como componente curricular transversal, na formação dos estudantes.
A sugestão de inclusão (Indicação nº 1.607/2022) foi feita oficialmente pela organização para o Ministério da Educação (MEC), que acatou a proposta em agosto de 2023.
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De acordo com o arquiteto e urbanista Ricardo Mascarello, coordenador da Comissão de Política Urbana e Ambiental da CAU Brasil, a Educação Urbanística é composta por um conjunto de ações de conscientização e formação de cidadãos para que tenham a compreensão de todos os requisitos para constituirmos cidades mais agradáveis para se viver, sem esquecer da sustentabilidade econômica e ambiental.
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Ou seja, trata-se da conscientização acerca dos temas que envolvem as cidades, que vão desde temas bastante palpáveis (como a coleta de lixo ou a infraestrutura do bairro) até aspectos como a legislação, preservação ambiental e patrimônio histórico.
Educação Urbanística também significa conhecer legislações que regulam as construções e ocupações nas cidades, das áreas de preservação ambiental e da manutenção do patrimônio histórico.
Para Ricardo Mascarello, a inclusão da Educação Urbanística no currículo escolar pode trazer maiores aprendizados às crianças e jovens sobre a cidade em que vivem.
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“Ao incluirmos a Educação Urbanística nas diretrizes curriculares, pretendemos abrir espaços e possibilitar o alcance para a formação de futuros cidadãos com consciência urbana e ambiental”, define ele, explicando que o objetivo é também trazer para a formação dos estudantes a compreensão dos requisitos para alcançar qualidade de vida nas cidades.
São exemplos a preservação das águas, a qualidade do ar, a conservação de praças e parques, a necessidade da arborização urbana e, principalmente, a dimensão de conservação do ambiente natural das cidades e seus ecossistemas de fauna e flora.
Com isso, a ideia é que a população passe a considerar a cidade como “uma bela casa para se viver”, descreve o arquiteto.
Mas como levar a Educação Urbanística para as salas de aula?
A recomendação é que o tema seja trabalhado transversalmente e nas diferentes disciplinas presentes na grade curricular. Em algumas delas há conexão direta, como no caso da Matemática, Geografia e das Ciências, mas também existe potencial para desenvolver atividades nas aulas de História, Filosofia e até em Língua Portuguesa.
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Além disso, há uma gama de possibilidades: podem ser propostas atividades de campo, gincanas, semanas temáticas e oficinas sobre temas urbanísticos e ambientais. Outros exemplos são a realização de caminhadas pelas ruas e espaços do município e a realização de mutirões (como de plantio de árvores).
Para Ricardo Mascarello, embora a definição de como abordar o tema no espaço escolar seja prerrogativa de redes, escolas e educadores, já existem algumas sugestões sistematizadas no Programa CAU Educa.
Criado em 2018 pelo CAU Brasil, trata-se de um programa de educação continuada a longo prazo, cujo objetivo é a construção de uma consciência urbana e ambiental no Ensino Fundamental.
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No âmbito do programa, é possível encontrar um caderno com orientações e recomendações para professores.
No site, há também experiências interessantes desenvolvidas por escolas sobre Educação Urbanística e Ambiental.
Lá, é possível encontrar inspiração em projetos como o “Muito prazer, Dona Rua”, que aliou explorações do entorno da escola com poesia. Outro projeto disponível para consulta é o “Decodificando o território”, que apresenta princípios básicos da Arquitetura e do Urbanismo com ludicidade e incentivando a proposição de soluções pelos próprios estudantes.