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publicado dia 25 de outubro de 2013

Feira também atrai projetos voltados à cultura e história

Ao contrário do senso comum e dos estereótipos, nem só de invencionices curiosas e criações tecnológicas  vive uma feira de ciências. Nesse tipo de evento, há espaço também para produções acadêmicas referentes a sociedade, cultura e história – e não poderia ser diferente na Mostratec. Os mais de 400 projetos finalistas da feira foram divididos em 13 categorias, incluindo “Ciências Sociais, Comportamento e Arte”.

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São Paulo como tema

Dentre os 67 trabalhos que se adequam a essa temática, dois se destacam por se tratarem de estudos sociais sobre a maior metrópole brasileira: São Paulo. Um deles pesquisou a situação dos moradores de rua da cidade e descobriu um novo perfil dentre essas pessoas.

Ao contrário da época industrial paulistana, quando a maioria dos moradores de rua eram nordestinos expulsos de suas moradias pela especulação imobiliária, os novos moradores de rua sequer encontram espaço para se instalar nas periferias da cidade. “Metade dos entrevistados não mora nas periferias porque é caro pra eles. Vejo que existe uma exclusão social dentro da própria exclusão”, relata a estudante Heloísa Bretos. Para ela, a nova classe média tão alardeada pelo governo e pela mídia é na verdade uma “nova classe pobre”.

Outro trabalho que tem São Paulo como pano de fundo estudou os impactos sociais dos projetos de revitalização e reurbanização do centro da cidade da última década, como o Nova Luz, o Monumenta e o Procentro. “Eles não foram feitos para ajudar as populações sem moradia e sem direito que vivem nessa região. Por trás desses projetos há um interesse do capital”, afirma a pesquisadora. Para ela, a revitalização é limitada e direcionada àqueles “que já têm dinheiro”.

Cultura em Anápolis

O município goiano de Anápolis também foi tema de estudo. Os estudantes Lucas de Oliveira e Rimet Jules, naturais da cidade, viram a desvalorização da cultura anapolina por parte do poder público, em prol do crescimento econômico por qual a região atravessa.

Eles decidiram fazer um levantamento artístico e cultural da cidade, buscando artistas dos mais variados campos da cultura e cadastrando os espaços culturais em uma plataforma na web. “Conversamos com mais de 400 artistas, sendo que 100 eram artesãos, e descobrimos mais de 70 lugares onde a cultura permanece sendo prioridade em Anápolis”, declara Rimet. Segundo os estudantes, o site já tem 35 mil páginas vistas e inspirou ações semelhantes em cidades próximas.


Cine Marabá

Na cidade de Sapucaia do Sul (RS) havia apenas um cinema. Datado de 1954, o Cine Marabá surgiu antes mesmo da emancipação do município, sete anos depois. Em 2002, porém, o local foi demolido para se transformar em um imenso templo religioso.

Três estudantes do curso de Gestão Cultural do IFSul (Instituto Federal Sul-rio-grandense) decidiram resgatar a história de um dos patrimônios mais importantes de sua cidade. Elas pesquisaram minuciosamente a história do local e descobriram que, antigamente, o Cine Marabá fazia a função de rádio da cidade, já que seu alto-falante anunciava notícias e acontecimentos da região. Foram capazes de recuperar a música “O silêncio”, que era tocada sempre uma hora antes das sessões e servia de alerta para os interessados nos filmes. “Hoje a nossa cidade não tem nenhum atrativo para a juventude, que só pensa em ir embora. Porque esse patrimônio cultural tão rico nunca foi tombado?”, questionam.

História e histórias

No Ceará, uma escola estadual de ensino profissional viu suas alunas elaborarem dois projetos relacionados a história. O “Historiando com o lúdico” é um trabalho que tem como objetivo tornar as aulas de história mais interessantes para os alunos. “Através de várias ferramentas de interação, podemos reverter o desinteresse pela matéria”, analisa Gabriele, que ao lado de Stephanie desenvolveu um projeto que se utiliza de dinâmicas coletivas e jogos pedagógicos para fortalecer os conhecimentos de história dos alunos.

Na mesma escola, localizada em Maranguape, a aluna Sarah Gonçalves formulou seu projeto a partir da história – mas a história popular, “aquela que é contada de boca em boca e não está nos livros nem revistas”. O trabalho “Conto popular – das narrativas do cotidiano à produção literária” busca estimular os alunos da escola a pesquisarem a cultural local. “Assim se formam novos leitores e novos oradores, e o conhecimento precioso do povo da minha cidade se mantém”, opina.

Avaliação

Os 412 projetos finalistas da Mostratec estão sendo avaliados e os resultados finais serão divulgados hoje (25/10), junto ao encerramento do evento. Cada uma das 13 categorias terá quatro trabalhos premiados, que serão dados por empresas e universidades.

O Portal Aprendiz cobriu o evento e trouxe um pouco das histórias desses trabalhos ao longo da semana. Para você, qual foi o projeto mais interessante apresentado durante a feira? Deixe sua opinião através de nosso Facebook ou Twitter!

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