publicado dia 22 de outubro de 2013
A necessidade de estimular e investir na produção científica brasileira foi o tema predominante da abertura oficial da 28ª Mostratec – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, que ocorre até o dia 24/10 em Novo Hamburgo (RS).
O diretor-executivo da Fundação Liberato – escola técnica que organiza a feira de ciências há 35 anos –, Leo Weber, acredita que a Mostratec é um “movimento pela difusão e fortalecimento da ciência jovem no Brasil e na América do Sul”.
Na tarde de ontem (21/10), cerca de 200 pessoas acompanharam o início do evento, entre eles professores, alunos, pesquisadores e jovens cientistas. O secretário de Educação do Rio Grande do Sul, José Clóvis de Azevedo, esteve presente e ressaltou o “evidente crescimento” da feira que, desde 2006, viu o número de países participantes triplicar – de nove para 27. Todos os estados brasileiros também possuem representantes demonstrando seu conhecimento científico.
Novo paradigma
A Mostratec reúne mais de 400 projetos distribuídos entre 800 cientistas, que têm entre 14 e 20 anos. Segundo Weber, eles foram selecionados após participarem de 98 feiras tecnológicas em todo o mundo, concorrendo com outros 13 mil trabalhos. “É a feira mais antiga e consolidada do Brasil”, afirmou o diretor.
Para Azevedo, o crescimento da Mostra revela um novo paradigma para as redes educacionais. “Está cada vez mais claro que não podemos separar o ensino escolar e a ciência. As escolas que apenas reproduzem informações já conhecidas têm que ficar no passado”, declarou o secretário. Segundo ele, entretanto, em pleno século 21 o conhecimento ainda é altamente centralizado. “É preciso garantir que já a partir da educação básica nós democratizemos o acesso ao conhecimento”.
O deputado estadual João Fischer (PP-RS), que representou a Assembleia Legislativa do estado, ressaltou que as instituições estatais ainda pecam ao não investir mais recursos em ciência, citando o Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), como exemplo de sucesso. “Outros órgãos públicos também deveriam propor prêmios. Há alunos que são premiados e gostariam de participar de feiras na Ásia, mas como chegar até o outro lado do mundo com condições financeiras escassas?”, questiona.
Direito à ciência
“O acesso à ciência é um direito do cidadão e nosso objetivo é torná-lo parte do cotidiano escolar”, salientou Weber. “É uma alegria imensa ter todos esses jovens aqui. Gostaria de parabenizar aqueles que dedicaram seus finais de semana e passaram muitas noites em claro em prol da ciência”, completou o diretor.
Azevedo finalizou lembrando que a ciência é fundamental para promover o bem estar da humanidade. “Jovens estimulados a exercer sua autonomia respondem positivamente, e essa feira é uma prova clara dessa participação da juventude no desenvolvimento do país”, concluiu o secretário.
O repórter Danilo Mekari viajou à convite da organização do evento.