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publicado dia 4 de julho de 2023

Um Defeito de Cor: em cartaz no Rio, mostra une Literatura, Arte e História

De 22/09/2022 até 27/08/2023

Inspirada na obra homônima de Ana Maria Gonçalves, a mostra Um Defeito de Cor, em cartaz no Museu de Arte do Rio, foi prorrogada até dia 27 de agosto de 2023. 

Com início em setembro de 2022, a exposição parte do livro da autora mineira – um dos maiores expoentes da Literatura Negra no Brasil – para ilustrar a história da personagem Kehinde, mulher africana que precisa lutar pela liberdade para construir sua vida no Brasil. 

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Ao longo de 900 páginas, a narrativa – que é calcada em extensa pesquisa documental – acompanha de perto o cotidiano do Brasil escravista do século XIX, bem como as lutas e resistências dos africanos escravizados e seus descendentes. 

“Eu nasci em Suvalu, reino de Daomé, África, no ano de um mil oitocentos e dez. Portanto, tinha seis anos, quase sete, quando esta história começou. O que aconteceu antes disso não tem importância, pois a vida corria paralela ao destino. O meu nome é Kehinde porque sou uma ibêji e nasci por último”, diz um trecho do livro, já considerado um clássico da literatura afrofeminista. 

Obra Afetocolagens, de Silvana Mendes, presentes na mostra Um Defeito de Cor
Duas obras da série Afetocolagens, de Silvana Mendes, que integram a mostra Um defeito de cor, no Museu de Arte do Rio.

Episódios reais de resistência negra, como a Revolta dos Malês (1835) e Revolta da Cemiterada (1836), também são descritas na obra literária. 

A expressão “defeito de cor”, que nomeia o livro e a exposição, origina-se em um conceito racista comumente utilizado no século XIX, em que pressupunha-se que pessoas racializadas – fossem elas indígenas ou negras – tivessem algum defeito em sua constituição biológica, como falta ou pouca inteligência, por exemplo.

Como é a mostra Um Defeito de Cor 

Sucesso de público, a exposição já recebeu mais de 90 mil visitantes, e teve a curadoria feita por Amanda Boran, Marcelo Campos e pela própria autora. 

A partir de um olhar interpretativo do livro, que aborda décadas da história do Brasil e do continente africano, a mostra reúne 400 desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações. Mais de 100 artistas cariocas, baianos, maranhenses e de alguns países africanos – sendo majoritariamente pessoas negras – participam da mostra.  

Além disso, é possível observar obras inéditas de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes, todas produzidas especialmente para homenagear o livro.

Obra “Sobre todas as orações a conquista” de Guilherme Almeida, presente na mostra Um Defeito de Cor, no Museu de Arte do Rio
Obra “Sobre todas as orações a conquista” de Guilherme Almeida, presente na mostra Um Defeito de Cor, no Museu de Arte do Rio.

A mostra foi dividida em 10 núcleos, inspirados nos 10 capítulos do livro. A proposta é transpor – com a ajuda da Arte – a ideia preconceituosa de submissão das pessoas negras em relação ao processo escravista, permeando revoltas, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, África Contemporânea, entre outras temáticas potentes da cultura negra brasileira e diaspórica. 

 

 

O quê

Mostra Um Defeito de Cor

Quando

De 22/09/2022 até 27/08/2023

Onde

Museu de Arte do Rio

Mais informações

https://museudeartedorio.org.br/programacao/um-defeito-de-cor/

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