publicado dia 4 de setembro de 2025
Racismo Ambiental: 4 documentários atuais para fortalecer o repertório
Reportagem: Tory Helena
publicado dia 4 de setembro de 2025
Reportagem: Tory Helena
🗒️Resumo: Conheça 4 documentários sobre racismo ambiental e produções audiovisuais recentes que focalizam os impactos desiguais da crise climática, em especial, para populações negras e outros grupos minorizados.
Há 20 anos, em 29 de agosto de 2005, o furacão Katrina acertou em cheio a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Ao menos 1,3 mil morreram e outros milhares ficaram desabrigados. Trata-se de um dos maiores desastres socioambientais da história recente, cujo epicentro aconteceu em uma das cidades mais negras do país.
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O papel do racismo ambiental na potencialização da destruição causada pelo furacão é o foco do documentário “Katrina: Depois da Tempestade”, disponível no Netflix.
O termo refere-se aos efeitos negativos da degradação ambiental e das mudanças climáticas, que atingem de forma desproporcional populações minorizadas.
Mesclando cenas do noticiário, imagens captadas na época e entrevistas com sobreviventes, o documentário “Katrina: Depois da Tempestade” rememora os 20 anos da devastação do furacão Katrina na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Com três episódios, a produção revisita o desastre, jogando luz nas falhas estruturais, na força da tempestade e no racismo ambiental que potencializou a tragédia. O último deles é dirigido pelo lendário Spike Lee e traz atenção especial para a questão racial.
Resgatando imagens impressionantes da inundação resultante do furacão e do rompimento de diques de contenção das águas, o filme apresenta também o legado de gentrificação e expulsão da população negra duas décadas após a passagem do Katrina.
Uma realização Instituto de Referência Negra Peregum e da Uneafro Brasil com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, a websérie “Racismo Ambiental: Terras, territórios, tecnologias” expõe como a negligência estrutural do poder público com comunidades racializadas impulsiona as consequências negativas das mudanças climáticas no Brasil.
Narrada a partir do ponto de vista de pessoas impactadas por desastres ambientais, a produção é dividida em três episódios. Ela também visibiliza as estratégias de resistência e a resiliência do movimento negro diante das tragédias ambientais.
Os efeitos da crise climática e do racismo socioambiental para populações tradicionais no interior de São Paulo é o centro do documentário “Injustiça Climática no Vale do Ribeira”.
Produzido pela Universidade de São Paulo (USP), a produção visibiliza os efeitos negativos das chuvas e enchentes para a região, localizada em um dos estados mais ricos do Brasil.
O filme também resgata o histórico do Vale do Ribeira com desastres ambientais e aponta as consequências do déficit de infraestrutura e de investimentos na mitigação de desastres, bem como os impactos para direitos fundamentais como Educação e Saúde.
Focalizando o deslocamento e a gentrificação ocasionados pelo racismo ambiental e pelas mudanças no clima, o documentário “Arrasando Liberty Square” centra-se na experiência de uma comunidade majoritariamente negra em Miami (Flórida), no litoral dos Estados Unidos.
Dirigido pela cineasta alemã Katja Esson, o filme conta a história do bairro Liberty City, fundado em 1937. Historicamente preterida e precarizada, a região agora é cobiçada por construtoras. O motivo é sua localização hoje privilegiada, capaz de suportar inundações e o futuro aumento do nível do mar na Flórida.
O documentário explicita os mecanismos do racismo ambiental e reúne evidências de como a emergência climática não atingirá todos da mesma forma. A crise no clima prejudicará, sobretudo, pessoas racializadas e vulnerabilizadas.
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