publicado dia 13 de fevereiro de 2025
Patrimônio dos povos indígenas, Manto Tupinambá ganha homenagem no Carnaval de São Paulo
Reportagem: Da Redação
publicado dia 13 de fevereiro de 2025
Reportagem: Da Redação
🗒️Resumo: De volta ao Brasil após 300 anos na Dinamarca, o Manto Tupinambá datado do século 17 será homenageado no samba-enredo da Acadêmicos do Tucuruvi, escola de samba da Zona Norte de São Paulo. A agremiação, que desfila na noite de 01/03, pretende abordar o valor artístico e simbólico do patrimônio para a memória dos povos originários.
O Manto Tupinambá, artefato sagrado dos povos indígenas do Brasil, inspirou o samba-enredo da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, que o homenageará no Carnaval 2025 de São Paulo.
Com o tema “Assojaba – A Busca Pelo Manto”, desenvolvido pelos carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves e o pesquisador Vinicius Natal, o desfile narrará a história do manto que foi devolvido ao Brasil em 2024 após mais de 300 anos na Dinamarca. O objetivo é abordar o valor artístico e simbólico do patrimônio para a memória dos povos originários.
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“Usado por aqueles que detêm a honra e o poder, o manto representa a força dos ancestrais indígenas que habitam cada brasileiro. Afinal, todos nós devemos conhecer a nossa história e reverenciar os verdadeiros donos da terra”, diz a sinopse divulgada pela Acadêmicos do Tucuruvi em publicação em rede social.
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De acordo com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), a agremiação será a 5ª a desfilar no Sambódromo do Anhembi na noite de 01/03.
O que é o Manto Tupinambá
Também chamado de “Assojaba Tupinambá”, o histórico artefato datado do século 17 foi acolhido no Brasil em cerimônia no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 2024, após anos de negociações entre as autoridades brasileiras e dinamarquesas.
Além de uma comitiva indígena com mais de 170 membros do povo Tupinambá, o evento contou com a participação de autoridades como a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Construído com penas vermelhas da ave guará e fibras vegetais, o manto sagrado tupinambá é um dos 11 remanescentes e um dos mais bem preservados do mundo.
Não há registros de como o artefato saiu originalmente do país e foi levado até a Europa, onde estava pelo menos desde 1689. Ao longo da invasão europeia no Brasil, os mantos produzidos pelos Tupinambás marcaram o imaginário dos colonizadores.
Povo indígena brasileiro do tronco linguístico Tupi, os Tupinambás foram um dos primeiros a entrar em contato com os colonizadores europeus nos séculos 16 e 17. Reconhecidos pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apenas em 2001, estima-se que existam cerca de 8 mil indígenas tupinambás no sul da Bahia.