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Direitos Humanos e engajamento comunitário são focos da Usina de Valores

Publicado dia 27 de janeiro de 2025

🗒️Resumo: Criado pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH), programa Usina de Valores busca fortalecer o engajamento político nos territórios e colaborar para o reconhecimento da coletividade como potência e fortalecer a importância dos Direitos Humanos.

“Nosso corpo é nosso primeiro território e eu dou aval ou não para quem pode habitar esse território”. A frase é dita por uma das líderes comunitárias do Complexo da Mangueirinha, na periferia de Duque de Caxias (RJ), durante encontro da Usina de Mulheres, ação que faz parte da Usina de Valores, programa de Educação Popular do Instituto Vladimir Herzog (IVH), que capacita atores sociais para atuarem como agentes de mobilização comunitária. 

Com o propósito de fortalecer o engajamento político nas periferias e a construção de redes de ação em defesa dos Direitos Humanos, a Usina de Valores nasceu da urgência de combater o discurso de ódio e o fundamentalismo religioso, este cada vez mais presente nos territórios.

Nos encontros, os participantes têm a oportunidade de compartilhar problemas que enfrentam no cotidiano nas comunidades, como a falta de mobilidade urbana, de acesso à Educação e, no caso das mulheres, acolhimento para lidar com o machismo e compreender possíveis situações de violência doméstica.

“A nossa premissa é que experimentar os valores de Direitos Humanos é uma forma de se reconhecer como um sujeito de direitos. A partir disso, é possível se engajar na luta coletiva, identificando o que é comum para um determinado grupo em um determinado território”, explica Renata Aquino, coordenadora de Educação Não Formal e Educação em Direitos Humanos do programa Usina de Valores.

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Voltada para grupos de mulheres, jovens e lideranças comunitárias, a iniciativa atualmente está presente nas cidades de São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Duque de Caxias (RJ), Vitória (ES), Recife (PE), Belo Horizonte (BH), Belém (PA) e Vale do Itajaí (SC). O trabalho é desenvolvido em parceria com 21 organizações locais e, ao todo, mais de 2,6 mil pessoas já foram impactadas.

Para formar os atores sociais, a Usina de Valores tem uma metodologia de quatro etapas: integração, sistematização, plano de ação e mobilização. 

Direitos Humanos e engajamento comunitário são focos da Usina de Valores
Atividade da Usina de Valores, programa do Instituto Vladimir Herzog (IVH). Foto: DIvulgação

Nas duas primeiras fases, os participantes passam por um percurso de formação que dura dez encontros. A ideia é que o grupo identifique um problema territorial e converse com especialistas, que podem ser do próprio território ou de alguma universidade, sobre como lidar com o problema de forma coletiva. Em seguida é feita uma validação para confirmar se o problema identificado tem capilaridade na comunidade a partir de um evento que pode ser uma assembleia, uma roda de conversa ou até mesmo uma oficina de slam.

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Por fim, o grupo tem dois encontros para desenhar um plano de ação e colocá-lo em prática. “Neste percurso acompanhamos todos os atores sociais e tentamos entender como o IDH pode apoiar a incidência desses grupos, que pode ser a partir de um protesto ou um encontro com alguma secretaria, por exemplo”, detalha Renata.

‘Territórios têm mais soluções do que problemas’

A Educação em Direitos Humanos está prevista no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), política publicada em 2006 e que consolida um projeto de sociedade baseado nos princípios da democracia, da cidadania e da justiça social. Apesar de sua premissa, Renata Aquino afirma que a política  não conta com um plano de financiamento para cobrir as ações programáticas, como o trabalho desenvolvido pela Usina de Valores.

“O financiamento e a diretriz são desafios importantes. A educação não formal e popular não tem diretrizes diretas e é preciso pensar nisso para que sejam criadas condições de pensar em financiamento”, analisa a coordenadora.

Atualmente, a Usina de Valores é financiada por emendas parlamentares alocadas no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Renata acrescenta que os recursos são fundamentais para garantir que os encontros do programa tenham estrutura mínima e qualidade.

“Nos territórios encontramos menos desafios e mais soluções. As pessoas têm o saber e o que precisamos é criar a condição do encontro, da escuta. O desafio é criar condições para que isso aconteça, ter recurso para criar um bom encontro com um café da manhã e um lanche digno para as pessoas”, conclui.

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