publicado dia 3 de fevereiro de 2022
Núcleo Ciência Pela Infância reforça a importância da vacinação de crianças contra a Covid-19
Reportagem: gabryellagarcia
publicado dia 3 de fevereiro de 2022
Reportagem: gabryellagarcia
Integrantes do comitê científico do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) emitiram uma nota nesta terça-feira (01/02) em que reforçam a importância da vacinação de crianças contra a Covid-19. O documento enfatiza que o ambiente em que a criança vive afeta o seu desenvolvimento e, por isso, se faz necessário que situações que as coloquem em vulnerabilidade ou desprotegidas sejam evitadas.
A nota também destaca que historicamente a vacinação foi usada como uma estratégia significativa na prevenção das mais variadas doenças, portanto, contra a Covid-19 não deve se fazer diferente.
A pandemia atual, inclusive, já foi apontada por um estudo recente como uma ameaça potencial da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), ou seja, quadros clínicos apresentando resposta inflamatória exacerbada. Esse quadro acaba gerando inflamações em diferentes partes do corpo, incluindo coração, pulmões, rins, cérebro, pele, olhos ou órgãos gastrointestinais, podendo levar à falência de órgãos, choque e morte.
Crianças, mesmo que não apresentem sintomas, podem atuar como vetores da doença e, no Brasil, 65% dos casos de SIM-P associada à Covid-19 (notificados 1.412 casos, do início da pandemia até o final de novembro de 2021) ocorreram em crianças entre 1 e 9 anos de idade. Entre as hospitalizadas, 44,5% tiveram que ser internadas em UTI (unidade de terapia intensiva) e 6% morreram.
A vacinação traz, portanto, benefícios em termos de redução da transmissão comunitária, além de possivelmente ajudar a conter o aparecimento de novas variantes. Vale também destacar que as evidências científicas disponíveis confirmam que as vacinas contra a Covid-19 são eficazes para crianças.
Mais de 30 países já iniciaram a vacinação de crianças. Entre eles estão os Estados Unidos, Canadá, Portugal, Austrália, Chile, China, Cuba, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Equador, Israel, Filipinas, Nova Zelândia, Singapura, Tailândia e Brasil.
A vacinação para crianças entre 5 e 11 anos de idade é recomendada com base em estudos científicos que relatam a segurança e eficácia da vacina, gerando boa resposta imune. Nos Estados Unidos, a vacina da Pfizer-BioNTech já foi aplicada em mais de 8 milhões de crianças e não houve nenhum registro de morte.
Já a vacina da CoronaVac, foi considerada segura para crianças de 6 meses a 17 anos de idade, após os resultados de um ensaio clínico realizado na África do Sul, Chile, Malásia, Filipinas e Quênia. Uma outra pesquisa, realizada na China com mais de 500 crianças com idades entre 3 e 17 anos, revelou que a vacina CoronaVac é segura e capaz de induzir resposta do sistema imunológico. Também foi bem tolerada pelas crianças, que apresentaram reações adversas mínimas ou moderadas, como dor no local da aplicação, em 13% dos casos.
Por fim, também vale destacar que a opção de não vacinar as crianças traz uma dimensão de dano, desrespeito e desatenção aos direitos da criança, descolada do cuidado integral à saúde. Por isso, é relevante fortalecer o vínculo com os cuidadores parentais e famílias para ampliar a adesão às medidas de proteção e promoção da saúde da criança, como é o caso da vacinação contra a Covid-19.
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