Entre os tantos impactos gerados pela Covid-19, estão a saúde e o adoecimento mental. Uma pesquisa realizada recentemente por cientistas das Universidades Estadual de Campinas (Unicamp), Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que, para quase quatro entre dez brasileiros, se sentir triste ou deprimido passou a ser algo rotineiro. Também constatou-se que três a cada dez entrevistados passaram a ter problemas de sono e que mais da metade dos 11.863 entrevistados sente ansiedade ou nervosismo, desde a deflagração da pandemia.

Preocupada com o acesso das populações periféricas a serviços de saúde mental, a Fundação Tide Setubal lançou um mapeamento de uma rede complementar de saúde mental nas periferias, indo além dos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O programa batizado de Territórios Clínicos tem como preocupação desenvolver e fomentar propostas na área de saúde mental nos variados territórios periféricos, buscando democratizar e descentralizar a produção de conhecimento e o atendimento psíquico. Desse modo, foram levantadas 106 iniciativas entre projetos, instituições e coletivos, principalmente na cidade de São Paulo, e que prestam algum tipo de atendimento psicanalítico direto ou indireto aberto à comunidade, que contemplam iniciativas como formação, pesquisa, supervisão e atendimento clínico.

Tide S. Setubal Nogueira, coordenadora de Saúde Mental da Fundação e do projeto Territórios Clínicos, destacou que: “no contexto atual é premente que as ações no campo da saúde mental sejam cada vez mais expandidas, contemplando as periferias tanto no direito a serem escutadas quanto no acesso à formações que possibilitem que os espaços produtores de conhecimento teórico não se mantenham centralizados e, na maioria das vezes, elitizados”.

O mapeamento completo e todas as iniciativas que compõem os Territórios Clínicos estão disponíveis na página oficial da Fundação Tide Setúbal.