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publicado dia 9 de novembro de 2023

Forró é oficializado como manifestação da cultura nacional

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📄Resumo: Após 70 anos de existência e resistência, o forró foi reconhecido oficialmente como manifestação da cultura brasileira pela Lei 14.720/2023, sancionada em 07/11.

Criado a partir do encontro do triângulo, da zabumba e da sanfona, o forró nasceu há mais de 70 anos no Nordeste do Brasil. Popularizado por ícones da música brasileira como Luiz Gonzaga (1912-1989), o gênero musical tipicamente nordestino foi reconhecido oficialmente pelo Estado como manifestação da cultura nacional no dia 07/11, com a sanção da Lei 14.720/2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

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O reconhecimento foi “um passo gigantesco”, classificou o deputado federal Zé Neto (PT-BA), autor da proposta no Legislativo. Para o político, além de trazer respeito e grandeza para a expressão cultural, a oficialização dá também a possibilidade de inclusão em políticas públicas. 

Na justificativa do projeto de lei original, o forró –  nomeado como um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros – “existe e resiste há cerca de sete décadas, sobrevivendo aos modismos e levando a alegria da cultura nordestina a todo o País”. 

Em 2021, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já havia incluído as matrizes tradicionais do forró no rol do Patrimônio Cultural do Brasil. 

A origem e história do forró 

De acordo com o artigo Aspectos Históricos das Festas e Festividades de Forró no Brasil, de Ciranilia Cardoso da Silva (UnB), a nomenclatura identificava inicialmente festas populares da região Nordeste no século 19.  

“Nessas festividades nordestinas, o povo simples, de lugares interioranos ou rurais, se encontravam em ambientes como bares salões, feiras, quermesses, entoadas de vaqueiros e também nas casas dos que se animavam  com  danças e cantorias, especialmente em  tempos  de  plantio  ou para comemorar boas colheitas”, descreve o artigo publicado em 2022. 

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Há diferentes teorias sobre a origem da nomenclatura “forró”. Uma delas, do folclorista Câmara Cascudo(1898-1986), localiza o termo como abreviação de forrobodó, palavra de origem banto-africana usada no século 19 como sinônimo de “festa, baile, bagunça” frequentada por classes populares. 

Só a partir da década de 1960 “passou a representar uma expressão musical composta por uma diversidade de ritmos originalmente nordestinos, como: coco, xote,  xaxado,  maracatu,  rojão,  baião,  arrasta-pé,  embolada,  entre  outros”, diz o artigo. 

Com o impulso do pioneiro Luiz Gonzaga, o forró foi abraçado por artistas como Genival Lacerda, Dominguinhos, Sivuca e Marinês. 

Consolidado nacionalmente, ramificou-se no forró pé-de-serra, forró universitário e forró eletrônico, entre outros. Atualmente, estima-se que a “economia do forró” movimente R$ 550 milhões por ano em eventos. Além disso, direta ou indiretamente, é responsável por 40 mil empregos.  

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