publicado dia 19 de março de 2025
Destruída por queda de árvore, Banca Curva busca apoio para reconstrução em SP
Reportagem: Nataly Simões | Edição: Tory Helena
publicado dia 19 de março de 2025
Reportagem: Nataly Simões | Edição: Tory Helena
Resumo: Os temporais que atingiram São Paulo (SP) nos últimos dias deixaram inúmeros estragos. A Banca Curva, um dos símbolos da Vila Buarque, no centro da capital, foi destruída por uma árvore que caiu sob sua estrutura. O proprietário, que é um artista e educador, aponta falta de zeladoria e busca apoio para a reconstrução.
A Banca Curva, um dos símbolos da Vila Buarque, na região central de São Paulo, foi destruída pela queda de uma árvore durante um dos temporais que atingiram a capital paulista na última semana.
A banca, que fica na Praça Rotary, na rua Dr. Cesário Mota Júnior, é conhecida por comercializar livros de pequenas editoras e trabalhos de artistas independentes, como o do próprio dono, o artista e educador Rodrigo Motta. O espaço estava fechado no momento em que a árvore caiu destruindo seu telhado e as portas de aço, na quarta-feira (12/03), e ninguém se feriu.
Desde que a Banca Curva foi instalada, em 2018, Rodrigo temia que uma fatalidade como essa pudesse acontecer. A árvore que caiu fazia parte do terreno da Biblioteca Infanto Juvenil Monteiro Lobato, localizada na mesma praça. O ponto sofre com um problema comum em São Paulo, que é a falta de zeladoria urbana, como a poda das árvores.
Na mesma data, a Defesa Civil de São Paulo informou que recebeu 343 chamados de ocorrências de queda de árvores na capital, 7 na Zona Leste, 9 na Zona Norte, 6 na Zona Sul e 321 na Zona Centro-Oeste.
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“Desde quando eu montei a banca, eu sempre tive medo de uma árvore cair. Porque eu e outra banca somos as únicas coisas que tem na calçada da praça. Então eu sempre tive em mente que uma árvore podia cair na banca”, conta o proprietário.
Para colaborar com a reconstrução da Banca Curva, é possível fazer pix de qualquer valor para [email protected]
Segundo Rodrigo Motta, a área verde que cerca a biblioteca não recebe nenhum serviço de zeladoria da Prefeitura de São Paulo.
“Não tem cuidado, não tem segurança. A subprefeitura não cuida porque ela diz que a biblioteca tem que cuidar. Então essa praça aqui faz parte de uma briga interna dentro da prefeitura. A diretora da biblioteca fez o possível para manter em ordem, mas ela não tem condições, não tem orçamento”, relata.
Apesar de o comerciante ter o espaço registrado na Subprefeitura da Sé e pagar um imposto trimestral, o Termo de Permissão de Uso (TPU), para o funcionamento da banca, após o ocorrido ele não recebeu nenhuma assistência da administração pública.
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No dia seguinte à queda da árvore, a TV Globo esteve no local para mostrar os danos causados em uma reportagem ao vivo. Rodrigo acredita que a ida da emissora motivou o envio de uma equipe da prefeitura, que só retirou a árvore caída e foi embora.
“A prefeitura só veio retirar as árvores porque ela sabia que a TV Globo estava aqui. Eles retiraram os galhos, as árvores e foram embora. Ninguém veio analisar, estudar, verificar nada. Ninguém veio falar comigo”, desabafa.
A reportagem procurou a Prefeitura de São Paulo e questionou sobre a ausência de assistência na zeladoria. Até a publicação deste texto não houve resposta.
Apoio da classe artística
Com “cara de bairro”, embora seja no centro de São Paulo, a Vila Buarque conta com diversos espaços culturais, cafeterias e bares, atraindo o público jovem para a região. Foi neste contexto que Rodrigo considerou a região ideal para a instalação da Banca Curva em 2018.
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“É uma região conhecida pelas pessoas que vêm de vários locais para morar, ter sua independência e os aluguéis não são tão caros como em outros bairros do centro. Aqui tem uma comunidade bastante jovem, que vem consumir as coisas, então há uma efervescência de coisas acontecendo e a banca aconteceu no meio disso tudo”, explica.
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Agora, com o espaço fechado por tempo indeterminado e sem nenhum suporte da gestão pública, o proprietário conta com o apoio de outros artistas e admiradores de seu trabalho para reconstruir a banca.
O artista busca arrecadações de qualquer valor via Pix ([email protected]) e vai disponibilizar no site da Banca Curva trabalhos de sua autoria e de outros artistas para quem desejar apoiá-lo.
*Colaborou Ingrid Matuoka