publicado dia 18 de setembro de 2013
Nesta quarta-feira (18/9), cerca de 50 estudantes da centenária Escola Estadual Pereira Barreto, localizada na zona oeste da cidade de São Paulo, fecharam uma das pistas da rua em frente a instituição para protestar contra o fechamento de turmas do período noturno da escola.
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Essa informação tem circulado e causado temor entre os alunos, que encaram a medida como um passo para o fechamento total da escola, cujo prédio é tombado. Em setembro do ano passado, um vídeo dos estudantes relatando as condições precárias do edifício que abriga o Pereira Barreto foi parar na internet e motivou a transferência de estudantes para outras escolas da região. “Até agora não tem água potável para beber, é tudo da torneira e todo ano tem lista de espera para o noturno, mas eles dizem que falta estudante”, relata Mateus, 17, que estuda à noite.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por meio de sua assessoria, negou que esteja em curso o fechamento do noturno ou da própria escola. Segundo a pasta, a instituição só deixaria de funcionar de noite caso não houvesse o mínimo necessário de matrículas. Neste caso, acrescentou o órgão, os estudantes seriam realocados em outra escola, a Anhanguera, localizada a poucas quadras do local. “A escola não irá fechar sob hipótese alguma”, reforçou por meio de sua assessoria após contato com a Diretoria Regional de Ensino.
Soluções
Para que as vagas ociosas sejam ocupadas, o grupo sugere mais abertura para o diálogo e ampliação na divulgação de informações. Eles prometem realizar nas próximas semanas uma campanha para conscientizar moradores e trabalhadores da região a respeito da disponibilidade de vagas no período noturno. Outra proposta é que a escola incorpore turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
[stextbox id=”custom” float=”true” align=”right” width=”300″]Os alunos mobilizados disseram ainda que quatro salas do prédio podem ser transformadas em arquivo morto, o que também foi negado pela assessoria da Secretaria, que reiterou sua abertura para o diálogo.[/stextbox]
A diretora do colégio não quis dar declarações sobre o assunto. “A escola tem capacidade de abrigar gente de muitos lugares da cidade. E queremos mais qualidade”, declarou Felipe, 19, do 3º ano do ensino médio.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) esteve presente na manifestação e declarou ser contra o fechamento de turmas. “Especialmente nesta área, que pode atender a tantos estudantes e trabalhadores que moram longe, mas têm suas atividades remuneradas na região”, avaliou Roger Reis, dirigente da entidade.