publicado dia 20 de setembro de 2013
Teve início na quinta-feira (19/9) o V Encontro Brasileiro de Educomunicação. Sob o tema “Educação midiática e políticas públicas”, o evento está pautando as relações entre o universo educacional formal e não-formal e o sistema midiático. Segundo a divulgação do Encontro, essa é uma questão cotidiana para os educomunicadores do Brasil.
Na primeira rodada de debates, ocorrida nesta sexta-feira (20/9), os participantes discutiram sobre como as políticas públicas de educação têm impactado na construção de um espaço público na mídia destinado às crianças e jovens.
Ressignificar o aprender
Segundo Cintia Boll, representante da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), o programa federal Mais Educação, que desde 2008 pretende ampliar os tempos e espaços de aprendizagem , contempla as demandas do setor. Ela ressaltou que entre as atividades optativas do programa estão a educomunicação e a cultura digital.
“No MEC nós percebemos que, ao longo desses anos do Mais Educação, muitas pesquisas estão relacionando o aumento do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) às práticas educomunicativas. Essa relação, se for bem articulada entre as redes de ensino, pode ressignificar os processos emancipatórios do aprender”, declarou Boll. Para ela, a transformação dos jovens de meros espectadores para “espectatores” dá o protagonismo e autonomia necessária a eles.
Nota básica
Para o diretor de orientação técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Fernando Almeida, “hoje a educomunicação e o domínio das novas tecnologias são fundamentais em qualquer reforma curricular”.
Ao comentar as reformas no sistema de ensino propostas pela prefeitura no programa Mais Educação São Paulo, Almeida afirmou que os projetos de educomunicação percorrerão os nove anos do ensino fundamental. “Ele será a nota básica que manterá um trabalho articulado entre diversas disciplinas”, ressaltou.
A proposta da prefeitura prevê que, no último ciclo do ensino fundamental (do 7º ao 9º ano), chamado de ciclo autoral, os estudantes terão que apresentar um trabalho de caráter social para se formarem. Almeida vê a educomunicação como fundamental para a divulgação desse processo. “A sociedade precisa receber essa contribuição da escola”.
Educação na mídia
A professora Marília Franco lembrou que, além de pensarmos em uma educação de qualidade, é preciso buscar também uma mídia de qualidade. “Não temos o costume de cobrar práticas educativas dos grandes produtores de mídia”, salientou Franco.
O sucesso das práticas educomunicativas foi exaltado pelos participantes. Boll leu um trecho da pesquisa de mestrado da jornalista Daniela Próspero intitulada Educomunicação e políticas públicas: os desafios e as contribuições para o Programa Mais Educação: “quando questionadas se é possível verificar uma melhoria no nível de aprendizagem dos alunos que participam das atividades de comunicação, 92% das escolas pesquisadas afirmaram que sim”.
Cobertura educomunicativa
Como não poderia deixar de ser, o Encontro recebe cobertura educomunicativa de cerca de 55 crianças. A Universidade de São Paulo transmite o evento via videoconferência (clique aqui para acessar a transmissão).
Acesse a programação do V Encontro Nacional de Educomunicação.