O agravamento das mudanças climáticas e o papel das instituições culturais diante da emergência do clima é o foco da programação da Primavera dos Museus 2025.

Realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), órgão ligado ao Ministério da Cultura (Minc), o evento está em sua 19ª edição. Neste ano, estão previstas 2.319 atividades em instituições participantes de todas as regiões do Brasil.

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“A crise climática deixou de ser uma ameaça futura para se tornar uma realidade, que redefine paisagens, culturas e modos de vida em todo o planeta. Seus efeitos são sentidos de forma desigual, revelando vulnerabilidades históricas e reforçando a urgência de ações coletivas. Neste contexto, os museus, vistos como espaços de preservação do passado, significação do presente e projeção do futuro surgem como atores importantes no enfrentamento dessas transformações”, diz texto do Viva Museus, site oficial do evento.

O objetivo da Primavera dos Museus é refletir sobre como as instituições culturais podem “documentar, pesquisar, educar e intervir” nas práticas relacionadas aos impactos no meio ambiente, explicitando conexões com a memória, justiça e criatividade.

O que é a Primavera dos Museus 

A Primavera dos Museus é um evento cultural anual promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que ocorre no início da primavera, em setembro. O objetivo é intensificar a relação entre os museus e a sociedade, promovendo a valorização do patrimônio cultural brasileiro.

Em 2024, o tema foi “acessibilidade e inclusão”. Já na edição de 2023, o evento centrou-se em promover atividades sobre democracia e memórias de populações LGBTQIANP+, indígenas e quilombolas.

Destaques da programação 

Em Porto Alegre (RS), o Memorial da Justiça Federal do Rio Grande do Sul realiza a exposição “Desastre Climático de Maio de 2024”, relembrando os impactos das enchentes históricas que atingiram o estado.

Destacando os impactos desiguais da crise climática, o Museu das Favelas realiza uma caminhada guiada pelo Centro Histórico de São Paulo (SP). A proposta é refletir sobre Justiça Climática e Racismo Ambiental. Ação é uma parceria com o Memorial da Resistência e o Museu das Culturas Indígenas,

Em Belém (PA), a Exposição e Performance | Procura-se: Vivo ou Encantado realiza uma mostra de retratos heroicos que homenageia indígenas de diferentes territórios da Abya Yala, destacando mulheres e pessoas LGBTQIA+. A exposição traz performance de dança e poesia inspirada em cosmologias Tupinambá e afro-indígenas, além de roda de conversa com lideranças indígenas e distribuição de cartilha antirracista elaborada por Moara Tupinambá.

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Na Bahia, a Caixa Cultural Salvador convida educadores e estudantes a participarem da ação educativa “Museus e Mudanças Climáticas”. A iniciativa integra a Jornada Pedagógica de 23 a 25 de setembro e tem como objetivo sensibilizar os alunos sobre o papel dos museus na educação ambiental e na conscientização sobre as mudanças climáticas. A ação propõe uma experiência prática e reflexiva, culminando na criação de um painel colaborativo, resultado da expressão artística coletiva de alunos e educadores.