publicado dia 3 de novembro de 2025
COP30: Crianças e adolescentes cobram participação nas discussões sobre crise climática
Reportagem: Da Redação
publicado dia 3 de novembro de 2025
Reportagem: Da Redação
🗒️Resumo: Às vésperas da COP30, audiência pública realizada na Câmara dos Deputados reuniu crianças, adolescentes, autoridades e organizações da sociedade civil em Brasília (DF). O evento, realizado em 30 de outubro, debateu a participação infantil e juvenil nas discussões sobre a crise climática e no evento diplomático em Belém (PA).
“É muito importante que as crianças possam pensar e falar sobre o meio ambiente, porque nós temos esperança e acreditamos que os adultos precisam nos ouvir”, declarou Yohana Carvalho da Silva.
A menina foi uma das representantes infanto-juvenis presentes em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), na última quinta-feira (30/10).
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As crianças e adolescentes presentes no evento cobraram participação real nas discussões sobre a crise climática e a COP30, em Belém (PA). Além disso, os participantes defenderam que as suas experiências e ações nos territórios sejam consideradas na construção de políticas públicas.

A audiência pública aconteceu na Comissão da Amazônia e Povos Originários e Tradicionais da Câmara.
O debate, solicitado pela deputada Erika Kokay (PT-DF), foi marcado pela apresentação de projetos como a “Minicop” realizada na Escola Classe da Vila do Boa, em São Sebastião (DF). O plenário da comissão estava lotado de estudantes que participaram da iniciativa.
“Esta audiência é para assegurar que crianças e adolescentes sejam vistos como sujeitos de direito, com prioridade absoluta, como diz a Constituição”, afirmou a deputada Erika Kokay. Ela destacou a importância de projetos que nascem na comunidade e fortalecem o território, como o da Vila do Boa, classificando a “Minicop” local como uma “COP com muita potência”.
A audiência também ouviu entidades que promovem o protagonismo juvenil. Paulo Galvão, do Instituto Alana, informou que as menções a crianças nas decisões das COPs cresceram de apenas duas (entre 1992 e 2010) para 77 (entre 2018 e 2024). Ele citou que o movimento “Minicops” já envolveu mais de 7 mil crianças em 10 países.

“Aprendemos que não importa a idade para começar a mudar o mundo”, disse Evely Lorane Alves, de 11 anos. Ela também cobrou melhorias do poder público para a sua comunidade, como rede de esgoto e coleta de lixo.
Outra participante, Júlia Ferreira da Silva, relatou como a preservação de um córrego na Vila do Boa ajudou a conter um incêndio que ameaçou as casas. “Isso nos fez entender que quando cuidamos da natureza, ela cuida da gente”, afirmou.
A coordenadora do departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Isis Morimoto, citou a “terceira jornada de educação ambiental” e o “Balanço Global” como ferramentas para levar as vozes dos territórios para a COP30.
Ela reforçou a fala dos jovens: “É importante envolver crianças e adolescentes, não só porque somos o futuro, mas porque a gente já serve hoje. Nossa experiência de vida e nossas ideias já servem hoje”.
Coordenadora de Enfrentamento ao Trabalho Infantil do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Verena Arruda, anunciou que a COP30 será a primeira a ter uma “matriz de proteção integral para crianças e adolescentes”. A medida, construída com a rede local de Belém, prevê um “plantão integrado de proteção” e ações preventivas contra violações de direitos durante o evento.
Já a coordenadora de Educação Ambiental do Ministério da Educação, Viviane Vaz Pedro, destacou a retomada da Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que neste ano teve como foco a Justiça Climática.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias
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