publicado dia 3 de novembro de 2025
Fabiana Cunha: “COP30 é oportunidade para colocar os povos da floresta no centro”
Reportagem: Da Redação
publicado dia 3 de novembro de 2025
Reportagem: Da Redação
🗒️Resumo: Com a realização da COP30 em Belém (PA), a Amazônia estará no centro das discussões climáticas em 2025. Em entrevista à série multimídia Territórios Educativos para Justiça Climática, Fabiana Cunha, da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), aborda a expectativa para a participação dos povos e comunidades amazônicas no megaevento diplomático.
A realização da COP30 em Belém (PA) é uma oportunidade para colocar os povos da floresta no centro dos debates sobre a crise climática.
É o que analisa Fabiana Cunha, gerente do Programa de Educação para a Sustentabilidade na Fundação Amazônia Sustentável, em entrevista à série Territórios Educativos para Justiça Climática.
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Nela, Fabiana Cunha fala sobre a participação de povos e comunidades da Amazônia na COP30. A especialista também aborda os principais projetos desenvolvidos pela FAS nos territórios.
Disponível no YouTube, as entrevistas Territórios Educativos para a Justiça Climática iluminam temas fundamentais na convergência entre as agendas dos Territórios Educativos e da Justiça Climática. A iniciativa é uma produção do programa Educação e Território da Cidade Escola Aprendiz.

É Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestra em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela mesma instituição. Em 2017, concluiu o Doutorado pela UFAM. Atualmente é gerente do Programa de Educação para a Sustentabilidade na Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Criada em 2008, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) está presente em 700 comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas na Amazônia. Os principais focos são Educação, geração de renda, empreendedorismo e sustentabilidade.
“Iniciativas da Fundação Amazônia Sustentável visam reconhecer
as potencialidades
dos territórios”, diz Fabiana Cunha
“Atendemos com os projetos e iniciativas mais de 21 mil famílias, alcançando 60 mil pessoas”, resume Fabiana Cunha.
A gerente do Programa de Educação para a Sustentabilidade explica que a questão da Justiça Climática é central. Em especial, quando se trata de iniciativas capazes de potencializar a conservação ambiental e focalizar os direitos sociais daqueles que vivem nos territórios.
“Muitas das iniciativas da Fundação Amazônia Sustentável visam reconhecer as potencialidades desses territórios. São iniciativas das comunidades, incentivadas por meio do empreendedorismo sustentável, [observando] o que ali naquele território existe de vocação dessas comunidades, fazendo com que elas também tenham melhoria da qualidade de vida”, conta Fabiana.
Fabiana Cunha também destaca que, no processo de construção dos projetos da FAS, a escuta ativa dos territórios e populações é central.
“Quando temos iniciativas que abordam a questão das mudanças climáticas e quais são as soluções que as populações dos territórios consideram importantes, essa é uma das etapas que trazemos de fortalecimento. As comunidades sabem e conhecem bem as suas realidades”, diz.
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“As comunidades sabem e conhecem bem as suas realidades”, defende Fabiana Cunha
Ela também enfatiza que não é possível chegar com soluções prontas, sendo fundamental entender as especificidades dos territórios.
“A partir da escuta e em colaboração com os protagonistas desses territórios, estruturamos as ações e projetos que vão alcançá-las”, detalha.
“Nesse sentido, entendemos que cada território é único e precisamos reconhecer essas especificidades na co-criação dos projetos”, afirma.
Assim, os desafios locais, a cultura e o modo de vida são pontos fundamentais para pensar propostas e projetos para os territórios amazônicos.
Com o advento da COP30, que será realizada no mês de novembro em Belém (PA), a expectativa de Fabiana é que os povos e comunidades participem ativamente, inclusive propondo soluções para mitigar a crise climática em seus territórios.
“[A COP30] é uma oportunidade para
mostrar que nesses territórios há inovação
e saber ancestral”,
diz Fabiana Cunha
“Essa é a nossa maior expectativa: trazer os povos para debater sobre as questões do clima a partir deles e com as soluções [propostas por] eles, é fundamental para avançarmos não só nas negociações, mas também nas soluções. Como vamos implementar? Quais soluções precisam ser realizadas?”, questiona.
“Acho que essa é uma oportunidade de mostrar para o Brasil e para o mundo que nesses territórios há inovação, há um saber ancestral, há uma potencialidade – ainda que sem o investimento necessário para o seu desenvolvimento – e que há um conjunto de soluções possíveis que esses territórios já vêm discutindo há muito tempo”, conclui.
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