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publicado dia 10 de dezembro de 2024

Seminário debate os desafios para a construção de territórios educativos

Reportagem: | Edição: Larissa Alves

Resumo: Com o objetivo de discutir a construção de territórios educativos, o seminário “Cidades que Educam, se Transformam” aconteceu em Salvador (BA) nos dias 27, 28 e 29/11. Promovido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Cátedra Unesco, o evento reuniu profissionais da educação e especialistas, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A segunda edição do seminário “Cidades que Educam, se Transformam” debateu o compromisso de enxergar as cidades como territórios educativos. Com participação de profissionais e especialistas da área de diferentes regiões do Brasil e do exterior, o evento ocorreu na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador (BA), entre os dias 27, 28 e 29/11.

Promovido pela UFBA e a Cátedra Unesco, o seminário contou com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Observatório Nacional de Educação Integral. 

A Cátedra integra o Programa de Cooperação Internacional Cidade Que Educa e Transforma (RICET), coordenado pelo  Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa (Isec) ao lado de outras 19 instituições de Portugal, Brasil e Cabo Verde.

Entre os principais objetivos estão a promoção de um sistema integrado de atividades de investigação, formação e Educação no campo dos territórios educativos e a divulgação de conhecimento sobre o conceito de uma cidade educadora a fim de permitir modelos de governança.

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“A gente sabe que a escola é fundamental e é um direito pelo qual vamos continuar lutando, mas a tarefa educadora não se esgota na escola. É preciso que a escola se abra para o seu território e que o território se abra para a escola”, aponta a professora Jaqueline Moll

Na abertura do evento, a professora Jaqueline Moll, presidente da Assembleia de Delegados e Delegadas da Cátedra Unesco, destacou o potencial educativo das cidades.

“Nós tratamos da construção de um paradigma que vai além daquilo que a modernidade estabeleceu. A gente sabe que a escola é fundamental e é um direito pelo qual vamos continuar lutando, mas a tarefa educadora não se esgota na escola. É preciso que a escola se abra para o seu território e que o território se abra para a escola. A cidade tem camadas de história e é preciso aprender a ver isso para se mexer em um mundo cada vez mais complexo e que exige muito de nós, especialmente como educadores das próximas gerações”, afirmou.

No primeiro debate do seminário, mediado pelo professor Rui Fonseca, do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa (Isec), o também professor Marcio Tascheto, doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro da Universidade Franciscana (UFN), na cidade de Santa Maria, apontou que o processo de desenvolvimento de territórios educativos deve passar, antes de qualquer movimento, pela problematização da segregação dos espaços.

“É preciso olhar para as cicatrizes que nos remetem a buscar em primeiro lugar as nossas marcas coloniais, como as nossas cidades guardam ainda as diversas contradições que foram se forjando historicamente na produção dos nossos espaços e como os espaços foram segregados no processo de urbanização do Brasil”, iniciou.

Segundo Tascheto,  essa segregação traz uma faceta social e racial, que se apresenta na rotina das cidades. “Não é possível construir uma proposta de  cidade que educa sem que a gente passe por essa problematização dessas marcas coloniais e como elas vão se apresentando no nosso cotidiano”, completou.

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A discussão foi seguida pela professora Ana Patrícia Tavares de Almeida, da Universidade Aberta (UAB), única instituição de ensino superior pública a distância em Portugal.

A educadora trouxe para a discussão os conceitos do relatório  “Aprender a ser – a educação do futuro”, produzido em 1972 por Edgar Faure, então presidente da Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação, criada pela Unesco.

No âmbito dos territórios educativos, o relatório aponta que a educação deve ser próxima e íntima às necessidades da sociedade para contribuir para o progresso social. A publicação dá ênfase ao processo de aprendizagem, estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas.

Nesse sentido, Ana Patrícia apontou como um dos desafios da Cátedra o aprofundamento dos conceitos de cidades que educam e territórios educativos. “Esse tem sido o mote das nossas discussões. Todos eles [conceitos] precisam de muita maturação e muito trabalho para firmarmos o que é uma cidade que educa e o que é um território educativo. Precisamos de um aprofundamento muito sério nisso”, concluiu.

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