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publicado dia 2 de julho de 2024

Educação antirracista: 5 exposições para visitar em julho

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Resumo: Em julho, mês de férias, conheça cinco exposições, com diferentes abordagens e temas, que colaboram com o conhecimento acerca da produção cultural negra

A ampliação do conhecimento acerca da produção cultural negra é o foco de diferentes exposições disponíveis em museus e instituições culturais, em 2024. 

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As mostras disponíveis abordam a influência das línguas africanas na cultura brasileira, retratam o cotidiano das periferias e celebram as lutas negras.

A seguir, confira uma seleção de exposições disponíveis para visitação no período das férias de julho, se estendendo até o início de 2025.

1) “Línguas africanas que fazem o Brasil” – Museu da Língua Portuguesa (SP)

A participação do continente africano na forma como os brasileiros se expressam no seu dia a dia, seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento, é o que rege a exposição “Línguas africanas que fazem o Brasil”, de curadoria do filósofo Tiganá Santana. 

Imagem mostra uma mulher de costas. Ela usa vestimentas brancas e visita uma exposição no Museu da Língua Portuguesa.
Foto: Guilherme Sai

Disponível para visitação no Museu da Língua Portuguesa até janeiro de 2025, a mostra oferece um passeio pelas línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, além de manifestações culturais como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.

A exposição também traz canções populares do Brasil que foram criadas a partir da integração entre a língua portuguesa e as línguas africanas, como “Escravos de Jó” e “Abre a roda, tindolelê”. Expressões de linguagens não-verbais advindas da cultura africana também ganharam espaço, como os penteados com tranças, que durante o período escravocrata serviam como mapas de rotas de fuga.

2) “Lélia em nós: festas populares e amefricanidade” – Sesc Vila Mariana (SP)

Estruturada com base no livro “Festas populares do Brasil” (1987), da antropóloga e ativista do movimento negro Lélia Gonzalez (1935–1994), relançado este ano pela editora Boitempo, a exposição “Lélia em nós: festas populares e amefricanidade” dá destaque a obras históricas e contemporâneas, em diferentes formatos, como fotografia, pintura, performance, instalação e vídeo, de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento e Walter Firmo.

Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a mostra ficará aberta  ao público até 24 de novembro no Sesc Vila Mariana e oferece aos visitantes também uma experiência sonora inspirada em registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia Gonzalez, cedida pelo Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG). O acervo inclui álbuns de Luiz Gonzaga, Clementina de Jesus, Nei Lopes, Wilson Moreira, Tamba Trio, Jamelão e Lazzo Matumbi.

3) “Comigo Ninguém Pode” – Caixa Cultural Salvador (BA)

Personagens que fazem parte do cotidiano das periferias do Recife (PE) ganham protagonismo na exposição Comigo Ninguém Pode”. Em 41 pinturas que colocarem a arquitetura da Caixa Cultural Salvador, o artista visual Jeff Alan compartilha com o público as expressões, os trejeitos, os traços e as texturas retintas da negritude testemunhada em sua rotina.

Os interessados podem visitar até 28 de julho as telas, em diferentes dimensões, que também retratam a cultura das ruas por onde transitam os personagens recifenses. Natural da comunidade do Barro, na zona oeste do Recife, Jeff Alan pinta desde a infância e sempre teve o sonho de ser um artista que vive de suas obras.

O artista hoje leva ao mundo a imagem das quebradas, tendo obras já expostas em países como França e Inglaterra. Para a exposição na capital baiana, os trabalhos são inéditos.

4) “Um defeito de cor” – Sesc Pinheiros (SP)

Inspirada no romance homônimo da escritora Ana Maria Gonçalves, a exposição “Um defeito de cor” chegou a São Paulo (SP) depois de uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro (RJ) e outra em Salvador (BA). Disponível no segundo andar do Sesc Pinheiros até 1º de dezembro, a mostra propõe um mergulho pelas páginas do renomado livro e toma seus dez capítulos como metodologia para a divisão dos núcleos temáticos para visitação.

Imagem mostra quadros da exposição Um Defeito de Cor.
Foto: Anastacia Flora/Divulgação

Para repensar a trajetória do livro de forma imagética, a mostra conta com trabalhos modernos e contemporâneos que têm como base a cosmologia africana. Ao todo, são 131 produções em uma estrutura circular que transborda ancestralidade do início ao fim. 

As obras ajudam a refletir sobre o período colonial do Brasil e sua influência até os dias atuais. Momentos históricos, revoltas negras e o protagonismo feminino, além dos cultos aos ancestrais, são parte das interpretações visuais dos conceitos apresentados no livro de mesmo nome.

5) “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, Centro Cultural Sesc Quitandinha, Petrópolis (RJ)

Com mais de 340 obras de 240 artistas negros brasileiros, a exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro” se consolidou como a mais abrangente dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Após sete meses no Sesc Belenzinho, em São Paulo (SP), onde recebeu 130 mil visitantes, a mostra desembarcou no Sesc  Quitandinha, em Petrópolis (RJ), onde ficará disponível para visitação até 27 de outubro.

Imagem mostra salão do Sesc Quitandinha com obras da exposição Dos Brasis.
Foto: Divulgação

Uma das premissas da exposição é centralizar o pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras. Os trabalhos artísticos estão instalados na parte externa e nos salões da área monumental do edifício do Sesc Quitandinha, que completou 80 anos em 2024. As obras divididas em sete núcleos temáticos são apresentadas em diferentes linguagens como pintura, fotografia e escultura datadas do fim do século XVIII até o século XXI.

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