publicado dia 20 de outubro de 2020
Projeto Âncora evolui para Cidade Âncora
Reportagem: Redação
publicado dia 20 de outubro de 2020
Reportagem: Redação
No dia 23 de setembro, data que o Projeto Âncora completaria seu 25º aniversário, foi anunciada a sua nova feição: o projeto evolui para Cidade e abrigará, além da ONG de assistência social, uma série de negócios de geração de impacto socioambiental.
A decisão dá contar de expandir o atendimento para uma comunidade maior e sem limites de idade e classe social. Segundo o comunicado, o novo formato resgata, inclusive, a proposta que deu origem a tudo. “A crise nos fez voltar às origens. Olhando o documento de 1995, quando desenhávamos o que seríamos, encontramos nosso primeiro nome: Cidade Âncora. Essa foi a chave que precisávamos para abrir o futuro: deixar de ser Projeto – que projeto tem começo, meio e fim – e sermos o que nascemos para ser: a Cidade Âncora.”
Ainda em construção, a Cidade deverá abrir suas portas após o fim da pandemia e perpetuará a missão do Projeto Âncora: ser um lugar para aprender, experimentar, reinventar e compartilhar uma outra forma de ser e estar no mundo, que respeite os limites do planeta, atenda as necessidades básicas das pessoas e possa ser referência para outras iniciativas de impacto social.
“Os modelos de cidade que experimentamos hoje estão cada vez mais insustentáveis. O crescimento a qualquer custo tem custado muito caro a todo o planeta. As cidades desaprenderam sua razão de ser, esqueceram de valores como inclusão e humanidade, promoção do livre acesso à cultura, educação e lazer. Desperdiçam seus recursos mais caros, fecham os olhos para a corrupção, querem ser grandes mas pensam pequeno. É neste contexto que nasce o desejo de criar uma cidade ideal, que devolva às pessoas o direito a uma vida digna e prazerosa”, explicam.
Aos que desejam participar da construção desta cidade, basta enviar um e-mail para [email protected]
Confira a primeira versão do mapa turístico dessa cidade nos links abaixo:
Uma escola que aposta na criança como um ser autônomo, que persegue seus sonhos – desde reciclar com consciência até ser astronauta – é o que norteia os processos pedagógicos do Projeto Âncora, localizado na região de Cotia (SP).
Quando Walter e Regina Steurer criaram a ONG Projeto Âncora, em 1995, o fizeram para que crianças da região de Cotia tivessem uma opção de contraturno – famílias de baixa renda, cujas mães tinham que trabalhar, eram acolhidas no projeto. Não demorou muito para que percebessem que o que as crianças aprendiam dentro do Projeto Âncora era muito diferente da realidade de outras escolas. Eles sonhavam em fazer uma escola única e para a vida, mas também temiam a dificuldade de fazê-la.
Em 2011, o Projeto Âncora encontra o educador português José Pacheco. O idealizador da Escola da Ponte, referência em aprendizado autônomo, é acolhido pelos educadores do projeto em Cotia para pensarem um novo espaço pedagógico. Não havia o desejo de replicar a experiência em Portugal; a escola Projeto Âncora deveria nascer de anseios e necessidades específicas da comunidade que a cercava.
Suzana Maria Camargo, coordenadora-geral do projeto, lembra muito bem a sensação que a acometeu no primeiro dia da aula, no ano letivo de 2012. “Já começamos de maneira diferente. As crianças foram recebidas no circo, ficaram em grupos heterogêneos e foram auxiliadas tanto por educadores como por pais”. Quatro anos depois, cerca de 200 crianças em educação infantil e fundamental são atendidas em espaços que vão desde amplos salões de aprendizado, pistas de skate até uma grande e colorida lona de circo. Os preceitos que guiaram os primeiros dias ainda se mantêm: não há séries e o aprendizado dos alunos não provém de uma grade curricular fixa.