publicado dia 11 de janeiro de 2013
Pós-graduação em Educação Integral traz novas perspectivas sobre o tema
Reportagem: Clipping
publicado dia 11 de janeiro de 2013
Reportagem: Clipping
Do Portal UFFS
Enquanto boa parte dos estudantes encontra-se em férias, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim um grupo de profissionais que atuam, na grande maioria, na área da educação, começou o ano em sala de aula. Durante cinco dias, a partir do dia três de janeiro, estudantes da pós-graduação Lato Sensu em Educação Integral participaram das aulas da disciplina de Políticas de Educação Integral, ministrada pela diretora de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Jaqueline Moll.
A representante do Ministério da Educação é uma das referências no país para a área da Educação Integral. Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), há oito anos atua no Ministério, cinco deles trabalhando especificamente com Educação Integral.
Segundo ela, que abriu um espaço nas férias para ministrar a disciplina, o diálogo com professores que estão construindo esse campo de conhecimento no Brasil, construindo práticas pedagógicas que deem respostas inovadoras e que façam a diferença num contexto de escola pública, é muito rico.
“Tenho um trabalho de gestão no Ministério, viajado muito pelo país, dou muitas palestras, mas sempre são contatos muito pontuais, aqui houve o convite para uma disciplina de 40 horas, então eu pude estar durante cinco dias ouvindo, falando, trazendo as referências teóricas, históricas que têm nos ajudado a construir este campo e tive um grande prazer em estar aqui”, conta.
De acordo com Jaqueline, a política de Educação Integral no Brasil está em construção, por isso o debate sistematizado sobre o tema é um passo importante para avançar na sua consolidação. “Nós temos um longo caminho pela frente, nós temos pelo menos uma década e meia de trabalho árduo, porque nós temos que reconfigurar, inclusive materialmente, o espaço público, o espaço físico das escolas, para uma escola que, pensada para um turno integral, possa ser uma escola completa”, diz.
Isso inclui não apenas a ampliação da jornada, que é uma característica da educação integral, mas também a construção de um currículo que proporcione uma formação integral e interligada com a realidade das comunidades.
Nesse sentido Jaqueline destaca o papel da UFFS no avanço da Educação Básica da região na qual está inserida, tanto no aspecto do ensino, como da pesquisa e da extensão, na formação de professores, na produção de conhecimento sobre os melhores caminhos para a efetiva implantação de uma educação integral. “Se espera muito desta universidade em interação com as questões regionais”, concluiu.
Novas perspectivas
Conforme a estudante do curso de pós-graduação em Educação Integral, Adriana Rodrigues Pilar, a especialização está fazendo com que ela lance um novo olhar sobre o tema. “Eu acreditava que era necessário, antes de implantar a Educação Integral, mudar a sociedade, hoje percebo que é possível fazer o caminho inverso, que a Educação Integral pode ser a motivadora de uma revolução social no Brasil”, destaca. Adriana é professora da rede municipal de ensino de Passo Fundo (RS), com formação na área de Geografia.
Luciana da Veiga, que também está cursando a pós-graduação, destaca a característica da Educação Integral sob o prisma da inclusão dos conhecimentos das camadas populares nos currículos. “Trata-se de olhar mais para o aluno e para o contexto em que ele vive, romper um pouco com a ideia de que conhecimento tem relação, apenas, com erudição”, argumenta. Essa aproximação, na opinião dela, traz em sua essência uma nova concepção de cidadão, de cidadania e de sociedade. Luciana tem formação na área de História e reside no município de São Valentim (RS).
A pós-graduação em Educação Integral na UFFS – Campus Erechim tem cerca de 50 estudantes matriculados.