Quem passou pela Praça Roosevelt no último sábado (17/5) viu uma movimentação diferente da usual. Pedestres e skatistas que frequentam o local dividiram a praça com dezenas de crianças, jovens e adultos que transformaram a região, no coração do centro de São Paulo, em um espaço educativo a céu aberto.

A Virada Educação reuniu várias gerações em torno de um objetivo comum: espalhar atividades educativas pelas ruas da cidade. E conseguiu. “O que aconteceu no sábado foi uma explosão de conexões e encontros, uma efervescência mental, na qual vimos muitas pessoas pensando horizontes possíveis para a nossa cidade”, acredita um dos organizadores do evento, André Gravatá, integrante do Movimento Entusiasmo.

Mais de cem atividades ocorreram durante a Virada – desde uma feira de trocas de brinquedos, passando por ‘sarauzinhos’, nos quais as crianças eram estimuladas a escrever poemas, às aulas de skate e diálogos sobre educação integral na cidade.

O Enigma do Centro

Entre elas, o jogo “O Enigma do Centro – Espaços que contam a história do centro de São Paulo” explorou os arredores da praça Roosevelt, percorrendo lugares simbólicos e construções importantes da capital paulista, sempre na perspectiva de mostrar aos participantes o potencial que a cidade tem para se tornar uma extensão da sala de aula tradicional.

Saindo da praça, a atividade consistia em dar pistas sobre os próximos lugares a serem visitados, propondo desafios que permitiam aos participantes interagir com o espaço urbano – e, claro, com as pessoas que ali estavam.

“O Enigma do Centro” ocorreu em dois horários – um às 11h e outro às 14h –, e as duas saídas tiveram trajetos distintos. A primeira delas percorreu espaços teatrais, como Os Parlapatões e o Teatro Cultura Artística; a rua Avanhandava e suas luzinhas coloridas e restaurantes charmosos; a rua Maria Antônia e a Biblioteca Monteiro Lobato, entre outros.

O segundo trajeto atravessou outra região do centro, incluindo lugares históricos como o Teatro de Arena e o Viaduto do Chá, abrindo espaço para o agito da Galeria do Rock e o famoso bauru do Ponto Chic, além de marcos arquitetônicos como o Edifício Itália e o Copan.

Leia aqui o caderno de atividades do jogo O Enigma do Centro.

Durante o percurso, os participantes do jogo – crianças, pais e mães, educadores e jovens interessados em conhecer um pouco mais do centro de São Paulo – tiveram a oportunidade de descobrir lugares inusitados que ensinam tanto sobre o passado da cidade, como o Palacete da Dona Veridiana, quando sobre o futuro dela, caso do Parque Augusta.

Para além da Virada

“Foi muito bonito ver a correria das crianças na praça, os adultos presentes e as atividades sendo realizadas”, retoma Gravatá, que reflete sobre os próximos passos. “A ideia é que a Virada Educação vá além do acontecimento em si e ocorra de fato todo dia. Sou partidário da noção de que a mudança tem que ser estrutural e enraizada, e não burocrática.”