publicado dia 3 de julho de 2013
USP: movimentos contestam bônus para negros e pedem cotas
Reportagem: Clipping
publicado dia 3 de julho de 2013
Reportagem: Clipping
Da Agência Brasil
O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (CO/USP), aprovou ontem, 2/7, um bônus para estudantes de escolas públicas, negros, índios e pardos. A proposta do bônus eleva em 5% a nota dos candidatos que se declararem pretos, pardos ou indígenas e que cursaram o ensino básico em escolas públicas.
Egressos do ensino médio estadual terão bônus de 12% e aqueles cujo percurso tenha sido feito integralmente na rede pública ganharão até 20% de bônus. Os que cumprirem todos os requisitos podem ter a nota de sua prova aumentada em 25%.
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No entanto, a proposta é contestada pelo movimento negro e por estudantes da universidade, que realizaram hoje, 3/7, um ato em frente ao CO para contestar a medida. Para Valéria Couto da Silva, estudante e ativista do Núcleo de Consciência Negra da USP, a universidade teria demonstrado que não quer discutir cotas.
“A gente exige cotas, que é reserva de vagas. Ou seja, garantia de que vai ter população pobre e preta aqui dentro”, pontuou Valéria. Cipriano Filho, da Uneafro, considera a proposta uma falsa inclusão por não garantir a entrada de negros e pobres.
O objetivo da direção da universidade é atingir, até 2018, o preenchimento de 50% das vagas de seus cursos, em cada turno, com 50% de estudantes vindos do sistema público, e com isso, aumentar o percentual de pretos, pardos e indígenas até algo próximo ao observado pelo último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já o movimento negro, enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) reivindicando cotas de 25% para negros, pardos e indígenas, 20% para egressos da escola pública e 5% para pessoas com deficiência.