publicado dia 16 de agosto de 2013
Mais Educação São Paulo: prefeitura apresenta nova política de ensino
Reportagem: Raiana Ribeiro
publicado dia 16 de agosto de 2013
Reportagem: Raiana Ribeiro
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apresentou na última quinta-feira (15/8) para uma plateia de secretários, diretores, professores e sindicalistas o Mais Educação São Paulo, um plano de reestruturação da rede municipal de ensino. Entre as medidas anunciadas, está a ampliação do número de escolas no Mais Educação, programa federal de educação integral criado durante a sua gestão no Ministério da Educação (MEC).
Até o momento, de acordo com o secretário municipal de educação, Cesar Callegari, 236 escolas se inscreveram no programa e aguardam aprovação do ministério. A meta da prefeitura é oferecer educação integral a 100 mil alunos até o final do mandato.
“Se eu pudesse resumir numa passagem o que se pretende com esse plano diria que é expor toda a cidade à mais educação. E não a educação como tradicionalmente se entende, meramente disciplinar, mas a educação que envolve esporte, cultura, valores de cidadania e democracia.”
O sistema de avaliação, a partir do 4º ano, passará do conceitual – que atribui noções de plenamente suficiente (P), suficiente(S) ou insuficiente(NS) – para notas de 0 a 10. O Ciclo de Alfabetização permanece sem alterações.
Segundo Haddad, a implementação dessa proposta demanda estratégias específicas para cada etapa do ensino. Na educação infantil, sinalizou o prefeito, o aumento da exposição à educação se dará por meio da construção de novas creches e da qualificação da rede conveniada.
“Já no ensino fundamental, isso significa mais de um turno, significa se apropriar dos equipamentos públicos de cultura e esporte da cidade. É visitar um museu, um parque, uma biblioteca pública e ter atividades nesses equipamentos para esses jovens”, acrescentou.
Lição de casa, boletim e nota
Para ampliar as possibilidades de aprendizagem, Haddad anunciou também que pretende envolver as famílias na educação dos filhos. Como estratégia, as escolas municipais vão adotar o boletim comentado, o regime de notas e o dever de casa obrigatório.
“Quando falamos em dever de casa, boletim, nota, entendemos que esses são instrumentos interessantes de envolvimento da família, além de serem uma baliza importante de acompanhamento do aluno para evitar repetência”, avaliou.
Com o Mais Educação São Paulo, os pais vão receber boletins a cada dois meses, seguindo as avaliações bimestrais, e terão a opção de consultar as notas dos filhos pela internet.
Cesar Callegari afastou a possibilidade de queda no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) paulistano com o fim da aprovação automática. O índice é calculado a partir dos resultados da Prova Brasil e do fluxo escolar (taxa de aprovação). “O Mais Educação São Paulo não está sendo criado para ‘ir bem na prova'”, afirmou o secretário. Em 2011, o Ideb da cidade para os anos iniciais do Ensino Fundamental ficou em 4,8 (a meta para o ano era de 4,9). Já as séries finais alcançaram 4,3 (a meta para o ano era de 4,6).
Outra mudança será a divisão dos ciclos do ensino fundamental em três etapas. Do 1º ao 3º (Ciclo de Alfabetização), do 4º ao 6º (Ciclo Interdisciplinar), e do 7º ao 9º ano (Ciclo Autoral). Com o fim do regime de progressão continuada, anunciado pela prefeitura no começo do mês, os alunos poderão ficar retidos nas séries finais dos dois primeiros ciclos (3º e 6º ano) e em todas as séries do último ciclo (7º, 8º e 9º anos).
De acordo com o prefeito, “o temor das pessoas em abandonar a aprovação automática é um só e legítimo: aumentar a repetência e, consequentemente, a evasão”. Para evitar esse fenômeno, a prefeitura afirmou que disponibilizará acompanhamento escolar periódico, com aulas de recuperação.
O Plano ficará disponível para consulta até o dia 15 de setembro, no portal da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A prefeitura espera receber comentários e sugestões e afirmou que a execução das propostas terá início em 2014.