publicado dia 14 de março de 2019
A história da escadaria Marielle Franco, em São Paulo
Reportagem: Redação
publicado dia 14 de março de 2019
Reportagem: Redação
*Texto escrito originalmente em formato de thread no twitter do @luduvicu.
Na Cardeal Arcoverde com a Cristiano Viana (bairro de Pinheiros, SP), existe uma escadaria que, lá em 1972, era como à esquerda. Com o tempo, foi sofrendo pichações, depredações, virando ponto de assalto de transeuntes.
Com o tempo virou ponto de grafitagem, sendo incluído em tours voltados à grafitte na cidade.
A escadaria sempre foi pouco usada pois, de pouca visibilidade, depredada, era reconhecido ponto de risco de assalto por quem morava/trabalhava na região. Nem mesmo sem teto eram vistos pela escadaria.
Foram décadas de cabo de guerra entre a prefeitura — que pintava tudo de branco e deixava a escadaria à própria sorte —, grafiteiros e pichadores. Um espaço abandonado tanto pela prefeitura quanto pela população, que evitava usá-lo como rota.
Em 20 de março de 2018, em homenagem a Marielle, a escadaria amanheceu assim. Já dizia que impunidade vestia farda.
Foram meses de novo cabo de guerra. Antes das eleições a imagem de Marielle foi alvo de depredação, jogaram tinta vermelha sobre ela. Pois o povo foi lá e respeitadamente colocou outra foto dela sorridente por cima. Menor, mas sempre sorridente.
No dia do primeiro turno das eleições estava ela lá, lembrando que teria luta. A escadaria ficou mais amigável, transitável, virou rota de tour. Os olhos da cidade estavam sobre ela.
Em janeiro de 2019 a subprefeitura foi lá e queria pintar tudo de branco. Com a justificativa de que faria reparos na escadaria.
Mas seu Francisco, ocupante do espaço abandonado abaixo da escadaria, impediu que pintassem a foto de Marielle durante a reforma.
Ontem, prestes a completar um ano, ainda sorridente, Marielle estava lá lembrando que não será calada.