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publicado dia 16 de fevereiro de 2017

Grafite transforma comunidade em galeria de arte a céu aberto

Reportagem:

Andando pela Vila Flávia, comunidade do bairro de São Mateus, na zona leste paulistana, uma senhora se deparou com o grafite de uma mulher negra com penteado black power. Seu filho gostou tanto do desenho que ela resolveu, pela primeira vez na vida, soltar o cabelo e experimentar um penteado parecido com aquele. Nunca mais usou grampos ou elásticos.

O grafiteiro Toddy, nascido e crescido no bairro, utiliza essa história para exemplificar o poder transformador da arte. “A arte tem grande influência em diversas transformações do mundo. Aqui na comunidade, é a forma que encontramos de dialogar, conversar e discutir com os moradores. Trazemos à tona algumas discussões e levamos autoestima para a quebrada”, acredita o artista de rua.

Toddy grafita há 22 anos e faz parte do Grupo OPNI, coletivo que organiza o projeto Favela Galeria que, desde 2009, promove a pintura de paredes, cantos, vielas, casas e comércios do bairro. Para o próximo domingo (19/2), a iniciativa está organizando um encontro de grafiteiros de diferentes partes da cidade para desenhar em muros cedidos por moradores locais.

Próximo evento da Favela Galeria acontece no próximo sábado (19/2), em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

A partir das 11h, acontece uma sessão de pintura ao vivo com diferentes nomes da arte urbana. Ao mesmo tempo, serão realizadas visitas monitoradas pelo percurso de artes da periferia, apelidado de “galeria a céu aberto”. De acordo com Toddy, existe a intenção de transformar este espaço em um roteiro cultural da cidade.

Em 2014, a Favela Galeria venceu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura, na categoria “Territórios Culturais”. Já em 2016, foi uma das iniciativas contempladas pelo Prêmio Almerinda Farias Gama da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.

“O grafite é o eixo que estimula o diálogo entre a comunidade e a interação entre seus moradores. Muita gente acredita que a periferia é o fim da cidade. Mas, para nós, ela é o começo. As pessoas que se movimentam pela cidade estão espalhadas na periferia. Aqui não há condição para um museu ou galerias grandes de arte, então queremos criar uma do nosso jeito”, afirma.

Totalmente gratuita, a jornada acaba com uma roda de samba no Recanto do Samba Maria Cursi, também em São Mateus. Na ocasião, será gravado o primeiro videoclipe do grupo. Haverá ainda uma apresentação do rapper Sombra.

O evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio de edital do Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo.

Serviço
Favela Galeria apresenta
Data: 19/2 (domingo)
Horário: a partir das 11h
Local: Rua Luiz Giudice, 15 – São Mateus, São Paulo/SP
Evento gratuito

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