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publicado dia 12 de novembro de 2013

Fotos raras da escravidão integram exposição no MAC

Reportagem:


Senhora em liteira com dois escravos, Bahia, 1860. (Fotográfo desconhecido)

A escravidão deixou profundas marcas na cultura e na sociedade brasileira. O alongamento dessa prática até 1888 – que fez do Brasil o último país da América a abolir a escravidão – possibilitou o registro fotográfico do período, que ainda lança uma larga sombra sobre o presente.

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Para ajudar a compreender este passado acontece até 29/11, de terça a domingo, das 10h às 18h, no MAC da Cidade Universitária de São Paulo, a exposição fotográfica “Emancipação, inclusão e exclusão. Desafios do Passado e do Presente”.

“Entre os muitos passivos históricos que ainda nos assombram hoje, o mais dramático está ligado à escravidão”, afirmou o jornalista e escritor Laurentino Gomes, em entrevista ao Portal Aprendiz. Segundo ele, o Brasil foi o maior território escravagista do hemisfério ocidental por mais de 350 anos. As estimativas apontam que, dos dez milhões de cativos africanos trazidos para as Américas nesse período, 40% tiveram como destino as senzalas brasileiras.

“Depois da Lei Áurea, os ex-escravos foram abandonados à própria sorte. Isso se reflete ainda hoje nas estatísticas, segundo as quais os negros e seus descendentes ganham menos que os brancos e têm menos oportunidades em quase todas as áreas”, analisa Gomes.

“Ao expandir as fotos, pode-se ver muitas coisas que antes não podíamos e que o Estado não queria ver também. Coisas nunca antes vistas, de repente são tornadas visíveis”, pondera a antrópologa Lilia Schwarcz, uma das curadoras da exposição, em entrevista à Rádio NPR.

Escravos numa fazenda de café no vale do Paraíba.

Sérgio Burgi, do Instituto Moreira Salles, que doou as fotos, ressalta que as imagens foram ampliadas em larguras de paredes inteiras justamente para dar conta da dimensão da brutalidade e violência da escravidão. Em uma delas é possível ver muitas crianças na roça, trabalhando. “É incrível o que se vê. O número de crianças que começavam a trabalhar desde cedo… como eles cuidavam de todas essas crianças no campo?”

Família à caminho da colheita do café no Vale do Paraíba em 1885.

Maria Helena Machado, historiadora e colaboradora da exposição, analisa que por se tratar do últimos anos da escravidão, as fotos revelam um regime muito violento. Segundo ela, muitos senhores de escravo tentavam extrair o máximo possível de suas “propriedades” para tentar recuperar o investimento, fazendo com que o século 19 fosse um dos mais brutais da escravidão brasileira.

Serviço

Quando? até 29/11; terça a domingo, das 10h às 18h.
Onde? MAC Cidade Universitária, rua da praça do Relógio, 160.
Quanto? Grátis.

Com informações da Folha de S. Paulo e Rádio NPR

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