publicado dia 4 de julho de 2014
Da parte ao todo: experiência de professora de Ciências mostra como estudar o bairro pode afetar o mundo
Reportagem: Clipping
publicado dia 4 de julho de 2014
Reportagem: Clipping
As ciências naturais são um campo rico para mostrar as intersecções do conhecimento com o cotidiano, se aproveitando da curiosidade natural das crianças e adolescentes em relação ao mundo, natural e humano, que os cerca. O sistema digestivo pode ser usado para falar de energia, que pode se ligar desde a fotossíntese até o modo como produzimos energia elétrica para nossas casas.
A professora Sandra Bezerril e Silva, de Natal e da Fundação Bradesco, resolveu experimentar essa abordagem integral com seus estudantes. Sem esquema fechado antes de conhecer a expectativa dos alunos, aprendeu com eles a curiosidade sobre o Universo. A partir disso, chegou-se a conclusão que seguiria o caminho: universo, planeta terra, seus ambientes, ecossistemas do Brasil e alterações ambientais.
Além disso, Sandra descobriu com os alunos que nas dunas que circundavam o bairro havia a presença de restos dos abatedouros locais. Bastou perguntar que problema ambiental afligia a região. A partir disso, visitaram os diferentes ecossistemas e passaram a pensar sobre formas de intervir na realidade.
“Meus alunos aprenderam a diferença entre crustáceos, vertebrados e invertebrados pesquisando os animais que vivem próximos a eles, e não com girafas e rinocerontes citados por livros didáticos. Não adianta aprender zoologia com uma lista aleatória de animais separados em filos”, afirma a professora.
Além disso, Sandra ressalta que no final, nem tudo que foi planejado precisa virar realidade e ser apresentado numa mostra de ciências. O importante é oferecer oportunidades à turma para participar da sociedade, analisar e agir. “Hoje, meus alunos mudaram a idéia que tinham sobre o bairro, antes visto como marginalizado e sem valor. Eles sabem que a área é ecologicamente rica, responsável pela captação de boa parte da água que abastece a cidade e que, também por isso, precisa ser preservada”, finaliza.