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publicado dia 11 de abril de 2017

CryptoRave fomenta cultura digital e liberdade na internet

Reportagem:

Em épocas como a que vivemos, de reviravoltas políticas, com tensionamento entre diversos setores sociais e mobilização de diversos grupos, é que o direito à privacidade deve ser considerado ainda mais importante. No entanto, hoje há diversas iniciativas – mais ou menos organizadas – para desabilitar a criptografia em sistemas de mensageria instantânea.

Recentemente, Carlos Eduardo Cairo Guimarães, que escreve sobre política para o Blog da Cidadania, teve suas comunicações violadas por ter divulgado informações da Operação Lava-Jato. O sigilo de fonte entre os profissionais de comunicação é uma premissa para a liberdade de expressão e, no entanto, as violações são cada mais recorrentes em toda a América Latina.

É neste contexto que diversas entidades e indivíduos que defendem o direito à privacidade e ao uso de tecnologias para garanti-la se uniram em torno da CryptoRave, um evento que chega a sua quarta edição, com duração de 24 horas em São Paulo. Voltado para diversos jovens interessados em tecnologia, a iniciativa fomenta que a construção de seguir carreira na área de segurança da informação. O Portal Aprendiz entrevistou Marina Pita, representante dos organizadores do evento para entender os detalhes. Confira:

Portal Aprendiz: O que é a CryptoRave?

Marina Pita: A CryptoRave surgiu no Brasil como um esforço coletivo para difundir os conceitos, a cultura e as ferramentas relacionadas à privacidade e liberdade na Internet. Chegando a sua quarta edição este ano, já nos consolidamos como o maior evento aberto e gratuito deste tipo no mundo. Durante 24hs o nosso público pode participar de mesas redondas, palestras e oficinas para aprofundar e qualificar o debate sobre proteção da privacidade na Internet como um direito e fundamento essencial à democracia.

Portal Aprendiz: Como é organizado o evento?

Marina Pita: O evento é organizado por quatro entidades: – Escola de Ativismo, Encripta Tudo, Intervozes e Saravá – e indivíduos que têm como princípio a defesa da privacidade. Por meio da internet nós recebemos propostas de atividades do mundo inteiro, as organizamos e incluímos algumas atividades extras para garantir a diversidade de temas e de sujeitos no evento. Desde que começamos até hoje, nós não recebemos nada para organizar o evento. Captamos recursos por meio de financiamento coletivo na internet e todos os centavos são destinados para a realização do próprio evento. Aliás, ainda estamos precisando muito de apoio no www.catarse.me/cryptorave2017 para que a Cryptorave aconteça este ano, nos dias 5 e 6 de maio, em São Paulo.

Portal Aprendiz: Quem pode participar do evento?

Marina Pita: Ao longo das 24hs é possível encontrar pessoas técnicas na área, nerds, hackers, ciberativistas, ciberartistas, jornalistas investigativos e cypherpunks de diversas regiões do Brasil e do mundo. Esta é uma das coisas bacanas do nosso evento. Como ele é aberto e gratuito, recebe um público diverso e de todas as idades. Mas claro que ainda não estamos satisfeitos. Este ano esperamos que um reforço na diversidade de público através de nossa política de estimulo a caravanas. (Para saber mais sobre Caravanas, acesse: https://crabgrass.riseup.net/cryptorave/caravanas-como-organizar)

Portal Aprendiz: Então não é um evento só para quem já entende sobre o assunto?

Marina Pita: Não. Diferentemente da maioria dos eventos de segurança da informação, nós abordamos a questão da privacidade da perspectiva técnica, mas também humana, social, política. Temos uma série de oficinas básicas para quem quer começar a melhorar a privacidade em sua comunicação – ou de sua empresa, organização, movimento…

Portal Aprendiz: Quais os destaques desta edição?

Marina Pita: Ainda estamos fechando a programação. Mas para a abertura do evento teremos um debate com o jornalista investigativo James Bamford, um dos maiores especialistas em vigilância de massa e ciberguerra. Ele nunca esteve no Brasil para um evento aberto como a CryptoRave e estamos animados para o resultado deste encontro.

Também confirmamos a participação do Intrigiri. Intrigeri é desenvolver do Tails, um sistema operacional que pode ser usado por meio de um USB ou DVD em quase qualquer computador e busca ser mais amigável para pessoas menos envolvidas com tecnologia. O Tails fornece uma plataforma para resolver muitas ameaças digitais ao “fazer a coisa certa” por padrão, desta forma foi o sistema operacional que contribuiu para que as revelações de Snowden fossem possíveis.

 

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