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publicado dia 8 de janeiro de 2016

Criativos da Escola premia jovens inovadores e lança plataforma digital feita por eles

Reportagem:

Durante o ano de 2015, o prêmio Criativos da Escola reuniu projetos protagonizados por crianças e jovens de todo o Brasil que tinham um objetivo em comum: transformar as escolas, os alunos, os professores e as comunidades de seu entorno.

Parece complicado, não? Pois a iniciativa recebeu nada menos do que 419 projetos de todos os estados brasileiros. Na opinião de Carolina Pasquali, diretora de comunicação do Instituto Alana e coordenadora do Criativos da Escola, os projetos continham a diversidade de um país tão grande como o Brasil, e também refletiam o que os organizadores buscavam: trabalhos protagonizados pelos alunos, criados e desenvolvidos em equipe, trazendo soluções empáticas para os problemas locais e que revelassem a criatividade do grupo no percurso trilhado.

“O Criativos da Escola acredita em fortalecer novas narrativas sobre educação, em apontar e fomentar o que é bom. Nesse sentido, o primeiro ano do projeto foi um baita sucesso e mostrou que esse movimento já é nacional”, afirma Pasquali. “Ele também aponta para a necessidade de haver espaço para o protagonismo, que se dá quando há um estímulo para novas ideias e propostas, fomento à investigação, vontade de trabalhar em grupo, de misturar séries e idades de acordo com os interesses coletivos.”

A premiação ocorreu no início de dezembro, em São Paulo. Cinco projetos foram escolhidos como os mais impactantes do Brasil; cada um recebeu uma ajuda de R$ 2 mil para o grupo celebrar a conquista com toda a escola, e o educador responsável ganhou um curso de formação à livre escolha no valor de R$ 1 mil.

“Os cinco premiados são projetos de fôlego, que atacam problemas reais, do contexto de cada grupo, criativos, protagonizados pelos estudantes e possíveis de serem replicados”, analisa a coordenadora. Em Porto Velho (RO), alunos construíram um sistema para coletar a água que pingava do ar condicionado da escola e, ao invés de ser desperdiçada, passaram a usá-la na irrigação do jardim, da horta e de áreas externas. Em Parnamirim (RN), estudantes transformaram gaiolas que eram utilizadas para a captura de animais silvestres em bibliotecas itinerantes.

Já em Pacoti (CE), um grupo de alunos idealizou, a partir de expedições na região, o primeiro Ecomuseu da cidade. Um núcleo de jovens mediadores de Simão Dias (BA) dialogam com os demais alunos sobre conflitos e desafios do cotidiano escolar e conseguiram zerar o número de ocorrências no ambiente da escola. Em Sobradinho (DF), os alunos abusaram da criatividade para melhorar o desempenho na disciplina de história através do jogo Minecraft.

Pasquali ressaltou a simplicidade das soluções – também muito eficazes. “Apesar de muito diferente entre si, o que os vencedores revelam é a necessidade de, considerando cada contexto, dar voz às crianças e aos jovens para que eles expressem como mudar, o que fazer, por quais caminhos. Esse trabalho em equipe, a troca entre estudantes e professores, é muito importante e valiosa, e isso ficou claro no percurso do Criativos da Escola.”

Além de receberem o prêmio, durante a estadia na capital paulista os jovens criaram a plataforma digital Eu Sou Criativo, que tem a finalidade de mobilizar, inspirar e convocar outros jovens a transformarem suas realidades. Nele, os visitantes conhecerão projetos inspiradores de valorização da cultural e identidade local, sustentabilidade, melhoria do ambiente escolar, ensino e tecnologia, entre outros. Os conteúdos de vídeos, textos e fotos que compõe a plataforma são produções dos próprios estudantes.

“Trata-se de uma narrativa que amplia o movimento, que empodera, que faça parte de algo maior. É uma rede deles, feita por eles, para que o trabalho continue”, acredita Pasquali. Ela avalia ainda o papel do professor e da escola neste caminho transformador. “Para que tudo isso ocorra, é necessário que o professor se coloque no lugar de um facilitador desse processo, de alguém que estimula e acredita, que descobre junto. Se o corpo gestor apoiar também, aí a escola tem tudo para ser um local de muitas descobertas, que realmente forma cidadãos preparados para viver no século XXI.”

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