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publicado dia 11 de novembro de 2024

COP29: ativistas e organizações para seguir e acompanhar as discussões sobre o clima 

Reportagem: | Edição: Tory Helena

🗒️Resumo: A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) 2024 acontece de 11 a 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. Participam representantes de 190 países, reunindo 40 mil delegados. Veja uma lista de ativistas e organizações brasileiras para seguir nas redes sociais e acompanhar as discussões. 

Começa hoje, no Azerbaijão, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29). Com representantes de 190 países e somando mais de 40 mil delegados, o encontro dá início à nova rodada de negociações globais, cujo objetivo é mitigar a crise climática global e limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC, cumprindo o Acordo de Paris. 

Definir novos valores e origem de recursos para o financiamento de ações de enfrentamento às mudanças climáticas são focos da COP29

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As discussões da COP29 seguirão até 22 de novembro, na capital do Azerbaijão, Baku. Em 2024, um dos principais objetivos é definir novos valores e origem de recursos para o financiamento de ações de enfrentamento às mudanças climáticas. 

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Além de chefes de Estado, autoridades e cientistas, também estão na COP29 ativistas climáticos de diferentes países, incluindo o Brasil. Entre eles, representantes das juventudes como o Jovens Negociadores pelo Clima e organizações antirracistas como o Rede Vozes Negras pelo Clima (confira a lista completa no final da reportagem). 

COP29: eventos extremos e cenário adverso 

Abertura da COP29
Mukhtar Babaiev, presidente da COP29 e ministro da Ecologia do país-sede Azerbaijão: “A mudança climática já está aqui”.

Já na abertura do evento, o presidente da COP29 e ministro da Ecologia do país-sede Azerbaijão, alertou para a urgência do enfrentamento coletivo da crise climática. 

“Estamos nos encaminhando para a ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Chegou o momento da verdade”, disse Mukhtar Babaiev. 

“Estamos nos encaminhando para a ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Chegou o momento da verdade”, disse Mukhtar Babaiev. 

O cenário, porém, é desafiador. Além do agravamento dos efeitos de eventos climáticos extremos – como ondas de calor, secas prolongadas e inundações – em todo o mundo, o quadro político global também apresenta adversidades. 

Entre elas, a expectativa de retirada dos Estados Unidos do esforço global pelo clima, com a eleição de Donald Trump, que já prometeu frear as iniciativas de mitigação climática e aumentar os investimentos em combustíveis fósseis, os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, catalisadores do aquecimento global. 

Outro ponto é o financiamento das ações de transição energética e de enfrentamento da crise climática. Ou seja: quem pagará a conta do financiamento climático. 

Ativistas e representantes chegam à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) 2024 acontece de 11 a 22 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão.
Ativistas e representantes dos países chegam à abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) em Baku, capital do Azerbaijão.

De acordo com a Agência Brasil, até o momento a regra é os países desenvolvidos pagarem aos países em desenvolvimento. Mas a ideia de ampliação do grupo de pagadores tem ganhado força entre as partes mais ricas do acordo.

Segundo a diretora global de Programa de Clima Economia e Finanças da WRI, Melanie Robinson, existe uma lacuna entre a necessidade e a realidade, o que leva à condução de uma estratégia que prevê o desenho do financiamento climático com as seguintes etapas: US$ 200 bilhões até 2030 e US$ 400 bilhões até 2035.

Segundo afirmou Melanie Robinson à Agência Brasil, os mais ricos defendem a necessidade de incluir os países que agora têm mais capacidade de contribuir para que a conta feche. Entre os países cotados para reforçar o orçamento estão a China, Singapura, Coreia e os países do Golfo – Barém, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

A capacidade de esses países contribuírem é confirmada pelos montantes de investimentos feitos nas iniciativas climáticas de forma voluntária. Segundo a especialista, a China, por exemplo, já fornece US$ 4,5 bilhões ao ano aos países em desenvolvimento para as mudanças climáticas.

Um possível caminho apontado pelos especialistas é garantir que esses aportes continuem ocorrendo, mesmo que não haja mudança nas classificações de desenvolvimento. Também seriam necessárias mais transparência e responsabilização das partes, com a definição dos fluxos financeiros.

Além disso, analistas destacam a ausência de líderes globais relevantes, como Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinping (China) e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O presidente Luís Inácio Lula da Silva também não estará presente, por recomendação médica. 

Brasil no centro da COP29 

Responsável por sediar a COP30 em 2025, marcada para acontecer em Belém (PA), o Brasil ocupa posição de destaque nas discussões deste ano. Com a presença em Baku do vice-presidente Geraldo Alckmin e da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a delegação brasileira defenderá uma nova meta climática. 

No caso brasileiro, o país se compromete a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% em 2035, na comparação com os níveis de 2005. Isso equivale, em termos absolutos, a uma redução de emissões para alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente em 2035.

Ativistas e organizações brasileiras na COP29

Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) 2024 acontece de 11 a 22 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão.
Negociações da COP29 seguem até 22 de novembro.

Para acompanhar as discussões sobre o clima, conheça uma lista de organizações e ativistas brasileiros presentes no encontro para seguir nas redes sociais e acompanhar as principais novidades: 

1) Jovens Negociadores pelo Clima 

É um programa que capacita jovens líderes periféricos, indígenas, negros e LGBTQIAPN+ para se tornarem negociadores eficazes do clima, representando as perspectivas da juventude brasileira na Agenda do Clima do Brasil e da ONU.

2) Geledés – Instituto da Mulher Negra

Organização política do movimento de mulheres negras que atua há 36 anos contra o racismo e o sexismo no Brasil. A instituição participa ativamente de mobilizações e conferências sobre o clima, pautando a importância de um olhar racial e de gênero para a crise climática.

3) CONAQ 

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) atua em defesa dos direitos da população quilombola, formada por 1,32 milhões de brasileiros. Entre suas principais pautas estão a  luta pela garantia de terras, implementação de políticas públicas, protagonismo e autonomia de mulheres quilombolas e acima de tudo o uso comum do território, dos recursos naturais e a harmonia com o meio ambiente. Nos últimos anos, a coordenação participou ativamente das Conferências Climáticas da ONU para denunciar violações dos direitos dos quilombolas no Brasil.

4) Luan Thambo

Graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua na valorização ambiental de estoques de carbono em terras quilombolas da região amazônica. É integrante do coletivo Criação e um dos delegados do programa Jovens Negociadores pelo Clima na COP 29.

5) Instituto Clima de Eleição

Organização de advocacy climático realiza articulação e incidência política com partidos, candidaturas e parlamentares em busca de internalizar a agenda climática nas políticas públicas. Em 2024, secretariou a cartilha “10 coisas que você precisa saber para se preparar para a COP29”, pequeno guia elaborado pelo GT Clima da Frente Parlamentar Ambientalista.

6) Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) 

Fundada em 1989, a Coiab congrega organizações indígenas de nove estados da bacia amazônica: Mato Grosso, Roraima, Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins e Rondônia. A entidade responde por 180 povos, que correspondem a 860 mil indígenas. Ao lado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), lidera diversos painéis na COP29 para discutir o papel dos indígenas na busca pelo equilíbrio climático. Acompanhe no Instagram.

7) Vozes Negras pelo Clima 

Rede formada para promover a centralidade das questões de raça, gênero e direitos humanos nas políticas climáticas, priorizando um modelo de adaptação antirracista que reconheça as desigualdades enfrentadas pelas populações afrodescendentes e afroindígenas.

8) Bianca Castro

Subdiretora do programa global Roots, que já capacitou mil jovens em 100 países. É coordenadora de iniciativas voltadas à justiça climática desde 2019. Participa regularmente de Conferências da ONU sobre Clima.

9) Engajamundo 

Organização formada por jovens ativistas para enfrentar os problemas ambientais no Brasil e no mundo e conscientizar os jovens brasileiros sobre seu papel na na transformação social e na mitigação da crise climática.

10) Plataforma Cipó 

Instituto de pesquisa brasileiro liderado por mulheres e dedicado à cooperação internacional para a promoção da ação climática e do desenvolvimento sustentável, a partir de perspectivas latino-americanas e do Sul Global. A instituição independente desenvolve pesquisa baseada em evidências e promove diálogos e articulações entre múltiplos atores para incidir em políticas públicas, conectando o local ao global.

11) Karina Penha

Criada em São José de Ribamar (MA), Karina Penha é bióloga, ambientalista e diretora do Perifa Connection. Atua também como gestora de representação da Amazônia de Pé e integrante do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). Perfil no Instagram.

12) Youth Climate Leaders

Com sedes no Brasil e em Portugal, a organização tem como missão construir oportunidades para os jovens liderarem soluções para a crise climática. A partir de um ecossistema, oferece soluções para fomentar a empregabilidade de jovens profissionais na área de clima e sustentabilidade e gerar impacto positivo.

Jovens ativistas ambientais discutem crise climática e ecoansiedade 

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