publicado dia 1 de julho de 2019
Conheça 5 obras de infraestrutura social para refugiados e populações deslocadas
Reportagem: Redação
publicado dia 1 de julho de 2019
Reportagem: Redação
*Publicado originalmente no site Archdaily Brasil. A autoria é de Suneet Zishan Langar e a tradução é de Vinicius Libardoni.
Ao longo da história do planeta Terra, a migração humana – seja em busca de alimento, abrigo ou melhores condições de vida – tem sido a norma e nunca a exceção. Atualmente, no entanto, estamos testemunhando um fenômeno migratório sem precedentes.
Segundo números publicados pelas Nações Unidas, mais de 68,5 milhões de pessoas encontram-se bem longe de suas casas no presente momento; os números oficiais apontam para mais de 25 milhões de refugiados, dos quais, mais da metade tem menos de dezoito anos. Entre outros fatores, os conflitos que os países do chamado “primeiro mundo” levam para países como a Síria e Mianmar, estão transformando algo que está na natureza do homem – o processo migratório – em uma crise sem precedentes e um dos principais desafios do século XXI.
Projetos emergenciais geralmente são associados à catástrofes naturais como terremotos e tsunamis. Abrigos emergenciais tem sido projetados e construídos ao longo dos últimos anos com mais e mais frequência e em números cada vez maiores. Mas até hoje, por incrível que pareça, projetos de habitação emergencial que possam proporcionar mais dignidade à vida de milhões de refugiados não tem recebido apoio suficiente e muito menos, a atenção devida por parte da nossa comunidade internacional de arquitetos.
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Questões importantíssimas permanecem sem respostas: Como adaptar as nossas cidades para poder atender às necessidades mais urgentes criadas pelo cada vez mais intenso processo de migração? Como podemos garantir que nossas comunidades sejam capazes de absorver e integrar refugiados e migrantes em seu tecido urbano e contextos culturais, econômicos e sociais?
Conheça cinco exemplos brilhantes de projetos sociais ao redor do mundo – escolas, hospitais e centros comunitários – especificamente aqueles criados para dar abrigo e uma vida mais digna para populações deslocadas e refugiados.
Maidan Tent – Ritsona, Grécia
Em resposta à crise dos refugiados sírios, este centro comunitário foi projetado para ser construído em um campo de acolhida de refugiados na cidade de Ritsona, na Grécia. O espaço de convívio é uma tentativa de minimizar o trauma psicológico induzido pela guerra, a perseguição e migração forçada. A forma única da Maidan Tent é leve e translúcida, resultado de uma estrutura bastante simples em alumínio e uma cobertura têxtil resistente à água, o vento e o fogo.
A Escola de Refugiados de Jarahieh – Jarahieh, Líbano
A Escola de Refugiados de Jarahieh é um projeto desenvolvido a partir da reciclagem de uma estrutura utilizada na Expo Milão 2015. A CatalyticAction, uma iniciativa e escritório de arquitetura sem fins lucrativos, desmontou a estrutura do pavilhão, transportou-a para o campo de refugiados de Jarahieh, no Líbano – onde vivem cerca de 500 mil crianças sírias desalojadas – e o re-aproveitou para transformar o antigo pavilhão em escola. Um edifício sustentável e funcional que não serve apenas a crianças; mas funciona também como uma escola para adultos durante a noite, e como cinema e centro de saúde durante os finais de semana.
Biblioteca Jardim para Refugiados e Imigrantes – Tel Aviv, Israel
Construída em 2010 como centro comunitário, esta biblioteca está localizada em um parque urbano na cidade de Tel Aviv e é um dos principais pontos de encontro da população de migrantes que vive em Israel. É uma estrutura projetada sem paredes ou portas – uma decisão consciente que procura fortalecer a missão do edifício, garantir livre acesso à coleção de 3.500 livros da biblioteca. A ideia de uma biblioteca aberta foi desenvolvida para que nenhuma pessoa tivesse medo de entrar, para ser mais inclusiva e principalmente, para transforma-la em um espaço de socialização, explicaram os arquitetos.
Escolas Flutuantes em Bangladesh
Em resposta ao impacto do aumento dos níveis das marés em Bangladesh – que está provocando o deslocamento de milhares de pessoas no país-, a organização sem fins lucrativos Shidhulai Swanirvar Sangstha decidiu transformar edifícios de escolas em estruturas flutuantes, adaptando barcos bastante simples para acolher espaço didáticos assim como salas de aula. Durante o dia, os barcos-escola recebem centenas de alunos, entre crianças e adultos; a noite, os barcos são devolvidos às famílias responsáveis que os utilizam para trabalhar ou para ampliar os horários das atividades didáticas das escolas.
Parques infantis para crianças refugiadas – Líbano
Procurando criar novos espaços que possam minimizar os traumas psicológicos da guerra, os parques infantis projetados pelo CatalyticAction no Líbano oferecem um espaço seguro onde as crianças podem brincar e se divertir – um espaço acolhedor em um contexto tão vulnerável. Estas estruturas foram desenvolvidas em um processo participativo, convidando as crianças a participar do processo de concepção do projeto.